Entregas do Mirage-2000 à Ucrânia “correram bem”. A França confirmou que as entregas iniciais de caças Mirage-2000 para a Ucrânia foram concluídas com sucesso, marcando um momento crucial no apoio contínuo do país europeu Ucrânia na guerra contra a Rússia.
O General Jérôme Bellanger, chefe da l’armée de l’Air et de l’Espace (AAE) anunciou que as aeronaves agora estão operacionais nas forças armadas da Ucrânia, contribuindo diretamente para os esforços do país para proteger seu espaço aéreo. Embora o cronograma preciso para entregas futuras permaneça em segredo, Bellanger indicou que jatos adicionais estão programados para chegar nos próximos meses.
O anúncio encerrou um processo que começou em junho de 2024, quando o presidente Emmanuel Macron prometeu pela primeira vez fornecer caças avançados à Ucrânia, uma promessa feita em meio aos crescentes apelos de Kiev por maior assistência militar ocidental.
Embora as autoridades francesas não tenham especificado o número de jatos neste lote inicial, relatórios anteriores, incluindo um documento de orçamento parlamentar francês, sugeriram que seis aeronaves Mirage-2000-5F — retiradas da frota ativa de 26 da França — foram destinadas para transferência. Tanto Paris quanto Kiev permaneceram em segredo sobre os números exatos, provavelmente para preservar a segurança operacional enquanto as forças russas continuam suas ofensivas aéreas e terrestres no leste da Ucrânia.
A reação às entregas do Mirage-2000 foi amplamente positiva entre os líderes ucranianos e a comunidade internacional, embora moderada pelo reconhecimento dos desafios futuros.
O presidente Volodymyr Zelensky elogiou a chegada dos jatos em uma declaração nas redes sociais, classificando-a como uma salvação em um momento em que a Ucrânia enfrenta incertezas sobre o futuro da ajuda militar dos EUA após o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro de 2025.
Pilotos ucranianos, recém-saídos do treinamento na França, expressaram confiança na capacidade da aeronave de enfrentar ameaças russas, particularmente drones, mísseis de cruzeiro e caças que têm atacado implacavelmente infraestruturas civis e militares.
Além da Ucrânia, a transferência foi saudada como uma prova da liderança da França na coalizão de apoio da Europa, com autoridades da OTAN observando que os sistemas padrão da OTAN dos jatos aumentam a interoperabilidade com outros ativos fornecidos pelo Ocidente, como os F-16s recentemente entregues pela Dinamarca e Holanda.
No entanto, alguns analistas alertam que a quantidade limitada — potencialmente menos de uma dúzia de aeronaves — pode não alterar fundamentalmente a trajetória da guerra sem um fluxo constante de peças de reposição, munições e plataformas adicionais.
Para muitos na Ucrânia, os jatos Mirage também têm um peso simbólico, um sinal tangível da solidariedade europeia à medida que o conflito se aproxima de seu terceiro aniversário, embora o sentimento público permaneça moderado pela realidade preocupante de uma guerra devastadora sem fim imediato à vista.
Do ponto de vista militar-tático, os jatos Mirage-2000-5F estão prontos para servir como uma ferramenta versátil na campanha da Ucrânia contra a Rússia, oferecendo capacidades defensivas e ofensivas que podem mudar o equilíbrio em áreas-chave do campo de batalha.
No entanto, com a Rússia adaptando suas táticas e mantendo a superioridade numérica, é improvável que os Mirage-2000s sozinhos virem a maré; em vez disso, eles representam uma atualização significativa, mas incremental, para o arsenal aéreo da Ucrânia, que pode se provar decisiva em teatros específicos se sustentada por um apoio ocidental mais amplo. À medida que a guerra evolui, sua implantação testará tanto a engenhosidade operacional da Ucrânia quanto a durabilidade do comprometimento da França com a luta de Kiev.
@CAS