Enchente no RS: Aeródromo de Águas Claras passou de 20 operações semanais para mais de 100 por dia! O aeródromo privado de Águas Claras, localizado no município de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, tem sido uma das principais bases de apoio às operações aéreas para aeronaves de pequeno e médio porte e helicópteros, desde o fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, alagado pelas enchentes que atingem o Rio Grande do Sul.
Situado próximo da rodovia ERS-040, no bairro que empresta o nome para o aeródromo, o “Águas Claras” (Código ICAO: SIUA) foi inaugurado a cerca de sete anos com uma modesta pista de grama. Atualmente o local conta com uma boa infraestrutura e uma pista asfaltada de 1.000 metros, com balizamento para operações noturnas.
Com uma área de 30 hectares e localizado a cerca de 35 km de Porto Alegre, o aeródromo de Águas Claras foi projetado para ser um condomínio aeronáutico, permitindo que piloto e proprietários de aeronaves construam as suas residências no local juntamente com um hangar para seu avião. O aeródromo também permite a instalação de empresas de aviação.
A operação durante as enchentes
Em entrevista ao portal da Prefeitura de Viamão, o Comandante Ondino Dutra, sócio-fundador do Aeródromo de Águas Claras, antes do alagamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, o aeródromo operava com 20 aeronaves por semana.
“Depois do dia 3 de maio, passamos a operar com 100 a 150 aeronaves por dia. Passamos a ser uma das alternativas mais importantes do Aeroporto Salgado Filho. Grande parte das aeronaves que se destinavam ao aeroporto [de Porto Alegre], estão em Águas Claras, somado a uma série de aeronaves, em especial helicópteros, transportando suprimentos, resgatando pessoas, levando doações, remédios, para apoiar os desabrigados, bem como suporte para os serviços essenciais, como hospitais, farmácias, clínicas, etc.”, informou Ondino.
Entre os inúmeros aviões e helicópteros que operaram (e ainda operam) no “Águas Claras”, chamou a atenção um voo da companhia aérea Azul Conecta. No dia 08/05 Cessna C208F Cargomaster, matrícula PT-OZA, realizou a rota Florianópolis – Aguas Claras e volta, transportando ajuda humanitária para às vítimas das enchentes.
O Comandante Dutra ressalta que tudo isso só foi possível com a solidariedade. “Essa onda de solidariedade também se aplica a nós, aviadores. Vários colegas pilotos se voluntariaram. Nada está sendo cobrado das aeronaves que pousam aqui, graças ao apoio dos profissionais voluntários.”
Dutra avalia que o Aeródromo avançou muitos anos com a calamidade. A inundação não só causou isolamento de pessoas, como também destruiu parte da infraestrutura das rodovias no Estado. O meio mais eficiente para transporte de cargas, remédios, suprimento e doações, tem sido o helicóptero e o avião.
“Talvez se leve mais tempo do que gostaríamos para tudo voltar ao normal e isso vai fazer com que, aqui em Águas Claras, nos posicionemos como ponto fundamental para a retomada da aviação na Região Metropolitana. Cada um está dando aquilo que sabe mais. Nossa contribuição é na aviação. Estamos dando o que temos de melhor, nesse momento, em que as pessoas mais precisam”, finaliza o comandante.
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