Em um dos piores dias na guerra para a UAF, russos destroem caças Su-27 em Base Aérea Ucraniana. Dois caças Sukhoi Su-27 ucranianos foram destruídos, e outros quatro ficaram danificados, em um ataque de mísseis da Rússia lançados contra a Base Aérea da Força Aérea Ucraniana (UAF), em Mirgorod, situada a cerca de 160 quilômetros da fronteira entre ambos países.
A ação ocorreu na segunda-feira (01/07), e teria começado quando um drone de vigilância russo avistou os seis caças Su-27 estacionado ao ar livre na Base de Mirgorod, no nordeste da Ucrânia. Um míssil Iskander foi lançado contra a Base, e acabou neutralizando total e parcialmente seis caças ucranianos (vídeo aqui).
De acordo com Forbes, este pode ter sido um dos dias mais custosos para a Força Aérea Ucraniana desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. O portal ouviu o oficial da UAF, Yuriy Ignat, que confirmou “algumas perdas”. Ucranianos estão criticando a “negligência” do Alto Comando da UAF em posicionar essas importantes aeronaves em uma área aberta próxima da fronteira com a Rússia.
O ataque a Mirgorod é apenas o mais recente de uma série de ataques russos a bases aéreas ucranianas mais vulneráveis. Nos últimos meses, drones russos Lancet atingiram pelo menos quatro jatos ucranianos na Base Aérea de Dolgintsevo, perto de Kryvyi Rih, a apenas 80 km da linha de frente no sul da Ucrânia. Nos últimos nove meses, os russos destruíram pelo menos cinco aviões militares ucranianos em solo, incluindo os dois Su-27 desta semana.
Os analistas do Oryx informara que a UAF entrou nesta guerra contra a Rússia com cerca de 125 jatos de combate entre Su-27, Su-25, MiG-29, entre outros. Em 28 meses de duros combates, os ucranianos perderam cerca de 90 jatos, afirmaram os especialistas do Oryx.
Para compensar as perdas, a Ucrânia incorporou dezenas de jatos de origem soviética (Sukhois, MiGs, etc) doados, recuperados ou comprados dos seus aliados. Eles estão mantendo em operação a UAF até que ela receba os tão aguardados 85 Lockheed Martin F-16 e uma dúzia de Dassault Mirage 2000 ocidentais.
Forbes chama a atenção que os F-16 e M2000 também serão vulneráveis aos ataques russos, se os comandantes militares ucranianos não tomarem medidas de proteção dos seus ativos, como por exemplo, evitar de estacioná-los em bases próximas da Rússia.
“As forças ucranianas têm cerca de 20 grandes bases aéreas, dezenas de aeroportos menores e pistas de pouso em rodovias espalhadas pelo país. Os aviões militares tem alcance de centenas de milhas. Não há razão para um Su-27, cujo alcance é de 700 milhas, ficar estacionado em um campo de aviação a 160 km da linha de frente”, escreveu Forbes.
“Mover os aviões para mais longe da frente provavelmente não é o suficiente — não enquanto os russos possuírem mísseis balísticos e de cruzeiro que possam atingir toda a Ucrânia. Além de desocupar as bases mais vulneráveis, os comandantes ucranianos poderiam manter seus aviões em movimento”, detalhou.
O aumento de ataques russos aos aviões estacionados deve obrigar os ucranianos a serem mais imprevisíveis. Ao mesmo tempo, eles poderiam construir abrigos reforçados para proteger jatos estacionados enquanto eles não estão em movimento, além de implantar mais iscas. “A Força Aérea está fazendo tudo o que pode para conter e enganar o inimigo, inclusive por meio da instalação de maquetes em solo e outros meios”, disse Yuriy Ignat.
Seja lá o que os ucranianos escolherem fazer para proteger seus aviões, eles precisam agir rapidamente diante dos implacáveis ataques russos. “A negligência sistêmica pode nos levar a todos seis pés abaixo desta guerra”, alertou o jornalista e autor ucraniano Illia Ponomarenko.
“O que é especialmente irritante para os apoiadores de uma Ucrânia soberana, é que os jatos russos são igualmente vulneráveis em suas próprias bases. Mas, em alguns casos, a política dos EUA proíbe os ucranianos de atacar esses jatos com armas de fabricação americana”, afirmou Forbes.
@FFO