Egito, Argélia e Indonésia desistem do Su-35. A indústria de defesa da Rússia sofreu um importante golpe nas últimas semanas, e começa 2022, remoendo a perda dos contratos para aquisição de lotes de caças Sukhoi Su-35 Flanker, dados como certos, pelos governos do Egito, da Argélia e da Indonésia.
A perda dos contratos são consequências diretas das sanções econômicas impostas à Rússia, em especial a sua indústria de petróleo, defesa, bens de consumo e tecnologias sensíveis, por Estados Unidos, Europa e Israel. Com os bloqueios e sanções, as importações de componentes aeronáuticos dos Estados Unidos, Europa e Israel para a produção de caças.
“A indústria de defesa russa perdeu três grandes pedidos de seus caças Su-35 de uma só vez, devido à incapacidade de substituir radares e aviônicos, que antes eram importados de vários países europeus e de Israel“, confirmou um porta-voz da Sukhoi.
Além das restrições impostas à Rússia, os Estados Unidos também tem pressionado seus aliados como Egito, Argélia, Indonésia com a Lei de sanções dos EUA (Countering America’s Adversaries Through Sanctions Act — CAATSA), que proíbe a compra de armas da indústria de defesa russa por parte de aliados. A pressão diplomática surgiu efeito e o Egito acabou rejeitando seus Su-35SK do qual parte já estavam prontos.
Rússia e o Egito assinaram um acordo em 2018 para a compra de caças Su-35SK, que começaram a ser produzidos em junho de 2020. Na época, o negócio foi avaliado em quase US$ 2 bilhões. A Rússia produziu desde então 16 caças, sob o regime do contrato de 2018. A Força Aérea egípcia estava destinada a se tornar o primeiro cliente do Su-35 na área do Oriente Médio.
A Indonésia também confirmou oficialmente que Jacarta abandonou os planos de aquisição do Su-35. A afirmação foi confirmada pelo Marechal-Chefe da Força Aérea da Indonésia, Fadjar Prasetyo, em declarações à mídia local em Jacarta. A nação está considerando agora o Dassault Rafale e o Boeing F-15EX Eagle II.
A Argélia, por sua vez, decidiu concentrar seus recursos financeiros na modernização dos caças Su-30SM já fornecidos pela Rússia. Apesar de alegar questões financeiras, a verdade é que a pressão americana aliada a não confiabilidade de Su-35 sem os componentes “não russos”, pesou nesta decisão.
Como dos três clientes, apenas os Su-35SK da Egypt Air Force (EAF) já estavam prontos pra entrega, a Rosoboronexport, maior exportador de armas da Rússia, está disposta a vender caças Su-35 ao Irã, com apoio do Governo. Teerã assinará um acordo de cooperação militar-estratégica de 20 anos com a Rússia no mês que vem. O acordo incluirá a compra de US$ 10 bilhões em armas russas pelo Irã, incluindo S-400s, satélites e 24 os ex-Su-35 egípcios Su-35.
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