

Drone de reconhecimento MQ-9B Guardian dos EUA sobrevoa interior do México em missão secreta. Um drone de reconhecimento desarmado MQ-9B Guardian da Agência de Proteção de Fronteiras e Alfândega dos EUA, ou U. S. Customs and Border Protection (CBP) realizou ontem (13), uma missão incomum pelo interior do território mexicano. A operação ocorre poucos dias após o governo de Donald Trump autorizar a ação das forças militares dos EUA contra os cartéis internacionais de narcotráfico.
Usando o indicativo de chamada “TROY701”, o UAV matrícula CBP113, decolou do Aeroporto Regional de San Angelo (SJT/KSJT), no Texas, por volta das 4h (horário local), e voou rumo ao sul, entrando cerca de 1.000 km dentro do espaço aéreo mexicano. “TROY” é o conhecido indicativo usado pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) de San Angelo, uma das três bases de MQ-9 da CBP.
Fabricado pela General Atomics, o MQ-9 Guardian da CBP é um drone desarmado do tipo MALE (Medium-Altitude Long-Endurance ou Médias-Altitudes Grande-Autonomia), desenvolvido para missões de reconhecimento de longa duração. Sua versão armada é o MQ-9 Reaper, amplamente utilizado pela USAF e que pode empregar uma grande variedade de munições e sensores para coleta de dados.
Especificamente sobre o MQ-9 matrícula CBP113, trata-se de uma Guardian na versão “Maritime Mission”, que possui um radar multimodo Raytheon SeaVue sob a fuselagem, o qual integra modos de busca de superfície e radar de abertura sintética (SAR), capaz de gerar imagens altamente detalhadas sob quaisquer condições de iluminação e meteorologia. Os “Guardian Maritime Mission” também estão equipados com sensor eletro-óptico e infravermelho MTS sob o nariz, além de datalinks capazes de enviar imagens para estações de controle em tempo real.

Parte do voo foi rastreado pelos sites de monitoração on-line e foi possível observar que ele realizou várias órbitas em uma área no setor oeste, próximo da Cidade do México. Algum tempo depois de sobrevoar essa área, cerca de seis horas após o início do voo, o “TROY701” simplesmente desapareceu dos sites de rastreamento online. A partir deste momento, não foi possível saber para onde ele seguiu, uma vez que a autonomia do MQ-9 é de aproximadamente 40 horas de voo.
Com a publicidade do insólito voo, acompanhado na internet por milhares de interessados, o Chefe da Secretaria de Segurança e Proteção Cidadã do México, Omar García Harfuch, veio a público para confirmar que o drone norte-americano estava em uma missão conjunta com o governo mexicano. Apesar disso, nenhuma autoridade de ambos países falou sobre a real missão do MQ-9 da CBP no país vizinho.

A operação de hoje ocorre uma semana depois que o The New York Times noticiou que Trump “assinou secretamente uma diretiva ao Pentágono para começar a usar força militar contra certos cartéis de drogas latino-americanos que seu governo considerou organizações terroristas, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto”.
Considerada a medida mais agressiva do governo até o momento em sua campanha contra cartéis, a “ordem fornece uma base oficial para a possibilidade de operações militares diretas no território estrangeiro contra esses cartéis”, informou a publicação. “Militares americanos começaram a elaborar opções sobre como poderiam perseguir esses grupos, disseram fontes familiarizadas com o assunto, falando sob condição de anonimato.”

Apesar dos operadores da CBP tenham deixado que seu MQ-9 Guardian “TROY701” fosse rastreado publicamente por algumas horas, será muito difícil que eles divulguem a verdadeira natureza dessa operação, pelo menos até atingirem seu objetivo.
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