Cúpula da OTAN: Suécia e Finlândia mais perto da Aliança. A cimeira ou reunião de cúpula dos principais líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) realizada em Madri — Espanha, que encerrou no dia 30 de junho, trouxe importantes decisões para o bloco, a principal delas a integração ao bloco de Suécia e Finlândia.
Os líderes da concordaram com uma mudança fundamental na dissuasão e defesa da OTAN, com defesas avançadas reforçadas, grupos de batalha reforçados na parte oriental um aumento do número de forças de alta prontidão para bem mais de 300.000. Os líderes também concordaram em investir mais na OTAN e aumentar o financiamento comum. Durante a Cimeira, os parceiros mais próximos da OTAN, Finlândia e Suécia, foram convidados a aderir à Aliança, em um impulso significativo para a segurança euro-atlântica. Os Aliados também concordaram com o apoio de longo prazo à Ucrânia por meio de um pacote de assistência abrangente reforçado.
Suécia e a Finlândia anunciaram sua intenção de ingressar na OTAN em maio, depois que a invasão da Ucrânia pela Rússia causou uma mudança repentina na situação de segurança da Europa. O anúncio foi bem recebido por quase todos os líderes da Aliança, exceto por um dos membros: a Turquia. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que não via om bons olhos os dois países se juntarem à OTAN, acusando-os de abrigar “organizações terroristas” curdas. As regras de ingresso na OTAN regem que deverá haver unanimidade e, sendo assim, um único estado-membro pode vetar a adesão de um novo candidato.
De lá para cá houve um grande avanço diplomático entre os três países e a Turquia assinou um memorando trilateral com a Finlândia e a Suécia, levantando sua oposição e dando-lhes as boas-vindas oficialmente para se juntarem ao bloco no dia 30, mas com exigências, entre elas a de comprometem a lutar “determinadamente e firme contra o terrorismo” e a processar os pedidos de extradição da Turquia “rápida e completamente”.
Com a retirada do veto, a OTAN convidou formalmente a Suécia e a Finlândia a se juntarem a bloco, dando início a um processo de sete etapas que terminará com os dois países como membros plenos. Os candidatos devem aceitar formalmente as obrigações de adesão e, em seguida, os atuais estados-membros assinam um Protocolo de Adesão, antes de ratificá-lo individualmente em casa.
“Precisamos de um processo de ratificação em 30 parlamentos — isso sempre leva algum tempo, mas também espero que seja rápido porque os aliados estão prontos para tentar fazer esse processo de ratificação acontecer o mais rápido possível”, explicou secretário-geral da OTAN.
Além dos assunto Suécia e Finlândia, os líderes endossaram um novo Conceito Estratégico da OTAN, o plano para a Aliança lidar com num mundo mais perigoso e competitivo. Ele estabelece a abordagem da OTAN à Rússia e a outras ameaças, incluindo terrorismo, cibernética e guerra híbrida. E, pela primeira vez, o Conceito Estratégico abordou os desafios colocados pela China. Os líderes da OTAN reuniram-se com os principais parceiros globais e os parceiros do Indo-Pacífico Austrália, Japão, Nova Zelândia e República da Coreia que participaram juntos da Cimeira da OTAN pela primeira vez.
Os líderes concordaram também com medidas para combater as alterações climáticas, incluindo metas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa da OTAN e avançar para o Net Zero até 2050.
Na sua conferência de imprensa de encerramento, o Secretário-Geral da OTAN disse: “Enfrentamos a situação de segurança mais grave em décadas. Mas estamos enfrentando o desafio com unidade e determinação”. Ele agradeceu à Espanha por sediar a histórica Cúpula e disse que uma Cúpula da OTAN será realizada em Vilnius, Lituânia, no próximo ano.
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