Crise na Ucrânia: Presidente Biden ordena movimentação de tropas no flanco leste da OTAN. O Pentágono está movimentando caças F-35A da USAF, helicópteros de ataque AH-64 Apache do US Army e forças terrestres, para vários locais ao longo do flanco leste da OTAN. Essas movimentações foram ordenadas ontem (22/02) pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, e envolvem elementos já posicionados na Europa.
Essa ação é uma resposta à presença permanente de tropas russas ao longo da fronteira com a Ucrânia, e também ao anuncio do Kremlin para que suas tropas entrem em território ucraniano, o é considerado uma invasão, pelo governo dos EUA. “Deixe-me ser claro: esses são movimentos totalmente defensivos de nossa parte. Não temos intenção de lutar contra a Rússia”, disse o presidente Biden.
Como parte dessas movimentações norte-americanas na Europa, os oito F-35A do 388th Fighter Wing, de Hill AFB, Utah, que chegaram na semana passada na Base Aérea de Spangdahlem, Alemanha, serão deslocados para locais de operação ao longo do flanco leste da OTAN. Um contingente de 20 helicópteros AH-64 do US Army baseados na Alemanha, será deslocado para locais não especificados na região do Mar Báltico. Outros 12 Apaches, atualmente na Grécia, devem se mudar para a Polônia. Por fim, uma força-tarefa do batalhão de infantaria do Exército, composta por aproximadamente 800 militares, será enviada da Itália para a região do Mar Báltico.
Os F-35A fornecerão mais do que capacidade adicional de combate aéreo furtivo para a OTAN, uma vez que o jato também possui capacidade de coleta de dados de inteligência eletrônica. A movimentação das tropas russas ao longo de suas fronteiras ocidentais, e na Belarus, vem sendo alvo de um fluxo constante de aeronaves de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) tripuladas e não tripuladas (ISR) dos EUA e da OTAN, que tem voado em missões persistentes sobre a Ucrânia e áreas adjacentes.
Os F-35A se juntarão aos F-15 e F-16 da USAF já implantados nas regiões do Mar Báltico e do Mar Negro, como parte desse esforço mais amplo para reforçar áreas da periferia da OTAN perto da Rússia. Outros estados membros da OTAN também enviaram vários tipos de caças para a região.
O Exército atualmente tem AH-64 baseados permanentemente em Katterbach, na Alemanha, como parte da 12ª Brigada de Aviação de Combate. Além disso, Apaches da 1ª Brigada de Cavalaria Aérea, da 1ª Divisão de Cavalaria de Fort Hood, Texas, estão atualmente implantados em Stefanovikeio, na Grécia.
As versões mais recentes do Apache têm recursos substanciais de vigilância e reconhecimento que o Exército pode usar para monitorar áreas de fronteira. Isso pode ser especialmente útil nos Estados Bálticos da Estônia, Letônia e Lituânia, que compartilham fronteiras com a Rússia e a Belarus, além da Polônia que também possui fronteira com a Belarus.
Embora o governo dos EUA não tenha intenção de entrar em combate direto com a Rússia, não está descartada a possibilidade de um conflito de larga escala na Europa. Autoridades dos EUA disseram que – neste momento – não há planos para realizar qualquer grande operação de evacuação de cidadãos americanos da Ucrânia. A situação é bastante complexa e o risco de um grande conflito continua muito real.
“Ainda acreditamos que a Rússia poderá ir muito mais longe no lançamento de um ataque militar maciço contra a Ucrânia. Espero estar errado sobre isso, espero que estejamos errados sobre isso. Mas a Rússia só aumentou sua ameaça contra o resto do território ucraniano, incluindo grandes cidades, como a capital Kiev. …ainda há mais de 150.000 soldados russos cercando a Ucrânia”, disse o Presidente Biden, que ressaltou: “queremos, porém, enviar uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos, juntamente com os nossos aliados, defenderão cada centímetro do território da OTAN, e cumprirão os compromissos que assumimos com a Aliança.”
Esses caças, helicópteros de ataque e tropas adicionais dos EUA apenas reforçam ainda mais esse compromisso em meio a uma das crises mais sérias na Europa em décadas.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO