Crise na Ucrânia: missões ISR em larga escala. Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia a OTAN tem feito um esforço para realizar missões ISR (Intelligence, Surveillance and Reconnaissance) sobre a área do conflito, visando obter o máximo de informações para não só saber o que ocorre na guerra, mas antecipar os próximos passos.
Desde o dia 20/02 a OTAN começou perder sua capacidade ISR sobre a Ucrânia, com o fechamento do espaço aéreo do país pela Rússia e o aumento das tensões. Desde o dia 20/02 os russos vem emitindo NOTAMs avisando do fechamento do espaço aéreo ucraniano a aeronaves civis, o que também significou, para qualquer aeronave que não fosse russa ou aliada russa – o que incluía especialmente aeronaves OTAN. Com a invasão no dia 24, esta situação se tornou mais complexa todas as aeronaves da OTAN que estavam operando na Ucrânia, deixaram o país.
Com isto o “plano B” foi montado com as aeronaves ISR operando de países vizinhos, como Polônia, Romênia, Letônia e Alemanha. Desde o dia 25, há um número significativo de aeronaves de vigilância britânicas e americanas no ar ao redor da Ucrânia. Puderam ser vistos um RC-135W Rivet Joint da RAF, um RC-135W Rivet Joint da RAF e um UAS RQ-4 Global Hawk e um E-3C AWACS, ambos da OTAN, entre outras aeronaves.
O espaço aéreo da Ucrânia e de outros países, como Moldavia e Belarus, estão fechados, mas as aeronaves da RAF, USAF e OTAN estão operando principalmente via espaço Romênia e Polônia.
Cada uma das aeronaves têm uma missão específica. O RC-135W Rivet Joint é uma aeronave dedicada de vigilância eletrônica que pode ser empregada em todos os teatros de operações em missões estratégicas e táticas. Seus sensores “absorvem” as emissões eletrônicas das comunicações, radares e outros sistemas. Já o E-3A Sentry é uma aeronave de alerta aéreo antecipado e controle (AWACS – Airborne Warning and Control System), dedicada não só a gerenciar o campo de batalha, mas principalmente, vigiar, detectar e rastear alvos aéreos. Ele fornece uma imagem precisa e em tempo real do espaço de batalha para o Joint Air Operations Center.
O Global Hawk é um sistema aéreo não tripulado, que fornece cobertura persistente em tempo real do campo de batalha, usando sensores de inteligência de imagens (IMINT – Imagery Intelligence), inteligência de sinais (SIGINT – Signals Intelligence) e indicador de alvo móvel (MTI – Moving Target Indicator). Capaz de voar em altas altitudes por mais de 30 horas, o Global Hawk foi projetado para coletar imagens de alta resolução e quase em tempo real de grandes áreas em todos os tipos de clima tanto de dia como a noite. A missão da Global Hawk é fornecer um amplo espectro de coleta de ISR.
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