O COVID-19, que cresceu desenfreadamente ao longo de 2020, continua causando danos diários à economia mundial, inclusive a indústria aeronáutica. A Lockheed Martin por exemplo, teve que adiar novamente o reinício completo do processo produtivo do F-35 Lightning II.
A notícia foi confirmada pela empresa e pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O principal motivo para o adiamento da produção é a falta de pessoal de qualidade que não esteja afetado pelo coronavírus. Um dos principais problemas é a impossibilidade de reiniciar os testes de simulador do F-35. Esses testes foram adiados várias vezes nos últimos 12 meses. Um dos últimos atrasos se deve a não realização de treinamento simulado, visando a preparação dos pilotos para possíveis ataques aéreos durante uma missão de combate real. Outros atrasos advindos do simulador foi a não aferição de modificações e a integração de sistemas e modificações de software, advindas dos diversos problemas que o F-35 vem sofrendo ao logo dos anos, alguns considerados crônicos e que só tem sido alvo de críticas e aumento de custos.
Atrasos na produção não são culpa exclusiva do COVID-19 e tem afetado a linha desde 2012. Mesmo antes da pandemia, o F-35 já tinha falta de peças e de fornecedores, o que tende a piorar com a saída forçada da Turquia do JSF (Joint Strike Fighter), que era responsável por cerca de 800 itens da aeronave.
Atualmente, as plantas da Lockheed Martin estão produzindo apenas F-35 do LRIP (Low-Rate Initial Production) que não consegue atender às necessidades do mercado global e doméstico, embora pelo menos 134 aeronaves deixem as instalações de produção a cada ano, muitas com atraso no cronograma. Para entrar no cronograma ideal, o programa Joint Strike Fighter, a empresa teria que produzir de 160-170 aeronaves por ano. Com a pandemia isto se tornou impossível, e pior caiu muito abaixo de 134 ano de 2019.
A Lockheed Martin estimava entregar 141 F-35 este ano, mas com o atual cenário será capaz de entregar de 18 a 24 aeronaves. Até setembro, havia a expectativa de entregar 121 F-35, números que foram pulverizados com a segunda onda de COVID-19. Por causa da pandemia a cadeia logística de fornecedores de peças que incluem mais de 1900 empresas caiu drasticamente e ainda por cima, a questão de transporte e logística foi amplamente afetada e muitas vezes redirecionada para o transporte de itens de combate a doença. Isto somado ao problemas de mão de obra, “mataram” a produção do F-35. Existe um receio que um anos sabático como do 2020 afete ainda mais os custos e a solução de diversos problemas a serem resolvidos nos F-35A/B/C.
@CAS