Congresso dos EUA discute OVNIs e segurança nacional. Uma audiência foi realizada no Congresso dos Estados Unidos na terça-feira (17/05), para discutir questões de segurança nacional relacionada aos Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs). Foi a primeira vez em 50 anos que o Congresso norte-americano realizou uma audiência pública para debater o aumento do número destes relatos e apresentar as explicações mais plausíveis para eles.
A reunião foi organizada pelo Comitê de Inteligência do Congresso, liderado pelo Deputado André Carson, que afirmou na abertura da sessão que “os Fenômenos Aéreos Não Identificados são uma ameaça em potencial à segurança nacional, e precisam ser tratados dessa forma.”
De acordo com os estudos do grupo de legisladores e agentes de inteligência, a maior ameaça representada pelos OVNIs não é a possibilidade de vida extraterrestre, e sim de um avanço tecnológico significativo de um adversário em potencial, como a Rússia ou a China, que permita que esses países invadam o espaço aéreo norte-americano e passem despercebidos.
“Por muito tempo, o estigma associado aos Fenômenos Aéreos Não Identificados impediu boas análises de inteligência. Pilotos evitavam reportar os avistamentos e, quando o faziam, não eram levados à sério. Oficiais do Departamento de Defesa dos EUA colocaram o problema embaixo do tapete, com receio de uma comunidade de segurança nacional cética”, afirmou Carson. “Hoje, sabemos melhor. Os Fenômenos Aéreos Não Identificados não podem ser explicados, é verdade, mas são reais. Eles precisam ser investigados, e qualquer ameaça que impõem deve ser mitigada”, disse o Deputado.
A pauta das discussões está amplamente baseada em um relatório divulgado no ano passado pelo governo dos EUA, que detalhou 144 avistamentos de OVNIs desde 2004, pelas Forças Armadas dos EUA. Esta foi uma das primeiras vezes que Washington reconheceu publicamente que as observações de objetos aéreos desconhecidos devem ser investigados.
O vice-diretor de inteligência naval dos EUA, Scott Bray, apresentou possíveis explicações para o aumento de avistamentos destes fenômenos. Isto se deve à popularização de equipamentos como quadricópteros e drones, tecnologias de sensoriamento mais aprimoradas e até a “desordem aérea” com lançamentos de balões. No entanto, vale lembrar que não é porque os fenômenos não foram identificados que eles sejam, necessariamente, alienígenas.
Dos casos detalhados, 18 relatos tem “padrões incomuns de movimento ou de características de voo”, o que significa, por exemplo, que os objetos aparentemente voam sem um tipo de propulsão conhecida ou em velocidades muito acima das capacidades tecnológicas atuais. No relatório, há cinco grupos de possíveis explicações para fenômenos relacionados a OVNIS:
Objetos dispersos no ar — podem ser aves, balões ou mesmo sacos plásticos que enganam radares;
Fenômenos atmosféricos naturais — cristais de gelo, vapor d´água ou até flutuações térmicas que acabam captados por equipamentos infravermelhos;
Tecnologias em desenvolvimento — inclui sistemas ainda confidenciais desenvolvidos pelo governo ou por empresas americanas;
Sistemas estrangeiros adversários — tecnologias desenvolvidas em países como Rússia e China, citados nominalmente pelo relatório dos EUA;
Outros — segundo o governo americano, alguns fenômenos necessitam de novos conhecimentos científicos para serem analisados, com novas tecnologias. Por isso, não se enquadrariam nas demais categorias, neste momento
Por enquanto, a força-tarefa do Pentágono dedicada a investigar estes relatos não identificou nada que possa ser atribuído a algo fora da Terra. O material coletado também é muito pouco para estabelecer qualquer relação deste tipo. “Os dados que temos não apontam para uma explicação”, disse Bray.
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