

Compra dos F-16 gera críticas da esquerda argentina a qual alega que os JF-17 chineses “eram melhores”. A recente chegada dos primeiros caças F-16AM/BM para a Força Aérea Argentina (FAA) gerou uma série de reações negativas, especialmente vindas de analistas de esquerda e de ex-integrantes do governo anterior do ex-presidente Alberto Fernandez.
De acordo com o consenso da esquerda argentina, a decisão do atual presidente Javier Milei de comprar os caças americanos F-16 foi equivocada, argumentando que a proposta chinesa baseada no JF-17 Thunder III era mais adequada às necessidades da Força Aérea Argentina.
Enquanto uma avalanche de críticas e ataques à chegada dos primeiros F-16AM/BM acontece em vários meios de comunicação e nas redes sociais, apelando para argumentos meramente ideológicos em vez de rigor técnico, uma pergunta fica sem resposta: se os chineses JF-17 eram melhores, por que não compraram quando estavam governando o país?
O jornalista Juan José Roldán, do portal Zona Militar (ZM), procurou dois ex-ministros da defesa do antigo governo Fernandéz, como Agustín Rossi e Jorge Taiana, bem como para alguns acadêmicos que influenciaram a formulação de políticas públicas e a tomada de decisões na área da Defesa Nacional durante o governo 2019-2023. Nenhum deles respondeu às perguntas.

“Sem entrar em debates inúteis, tão comuns hoje em dia, a pergunta é sincera: por que não compraram o JF-17 Thunder? Já que esses jatos eram considerados a melhor opção para a Força Aérea Argentina defender e proteger o espaço aéreo nacional”, questiona o jornalista.
O mesmo pode ser dito da recente aquisição pelo Exército Argentino dos veículos blindados de combate sobre rodas Stryker 8×8 (VCBR), onde argumentos semelhantes foram apresentados por este mesmo setor, os quais sugeriram que o brasileiro VBTP-MR 6×6 Guarani era a melhor opção. Uma Carta de Intenções chegou a ser assinada, mas acabou não se concretizando. Novamente, assim como no caso dos caças sino-paquistanesa, surge a pergunta: por que não compraram?
Além da questão ainda sem resposta, a única crítica veio precisamente do ex-Chefe do Exército Argentino, Tenente-General (R) César Milani, que, embora tenha classificado a aquisição dos F-16 como totalmente “inútil“, formulou uma autocrítica dentro do espaço político de esquerda com o qual está alinhado.
Em seu perfil oficial no X, o General Milani disse que: “…vale a pena questionar seriamente em nossa esfera política: por que nenhum dos Ministros da Defesa anteriores finalizou a compra das aeronaves chinesas ou dos veículos 8×8 [brasileiros]? Em ambos os casos, era a melhor alternativa que nosso país tinha.”

Por fim, e para além dos argumentos ideológicos, tanto da esquerda quanto da direita, apenas uma característica do presidente Javier Milei se destaca, goste-se ou não: ele está disposto a encarar e arcar com as consequências. No fim das contas, é isso que significa governar.
A compra dos F-16, independentemente do que tenha sido mencionado, responde a esse princípio, em que o governo tomou a decisão e seguiu em frente, apesar das críticas de vários setores que consideram o momento da aquisição inoportuno ou, até mesmo, com total imprudência, que o país não precisa de Forças Armadas.
Por essa razão, seria um bom exercício para ex-funcionários, assim como para acadêmicos e comentaristas, questionarem por que não prosseguiram com a compra da aeronave JF-17 Thunder da China. “Se, em sua visão, isso era o melhor para o interesse nacional, como no caso dos Guarani, a fim de determinar por que não puderam, não quiseram ou, como me permito suspeitar, por que as palavras soberania e defesa nacional são apenas isso: palavras vazias para preencher discursos e artigos acadêmicos“, finaliza Roldán.
Fonte: Juan José Roldán/Zona Militar
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