COMARA: 65 anos realizando obras estratégicas na Amazônia. Na imensa Amazônia brasileira, onde as estradas são rios e as comunidades vivem sujeitas às dificuldades impostas pela navegação fluvial, as pistas aeroportuárias são essenciais para a integração da região ao restante do País. Desde 1956, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), alavanca a integração, o desenvolvimento e a capacidade de defesa da região, bem como proporciona melhores condições de vida.
Genuinamente amazônica, a COMARA tem a missão de projetar, construir e recuperar aeroportos na região, além de realizar obras civis para órgãos da administração federal, estadual e municipal, após assinaturas de Termos de Execução Descentralizadas entre o Comando da Aeronáutica (COMAER) e o Ministério da Infraestrutura. Além disso, em razão da sua capacidade e experiência, também já atuou em outras regiões do País e até mesmo no exterior, na recuperação das pistas da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), e da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP), além da construção da pista de Letícia, na Colômbia, entre diversas outras obras.
No início da década de 1950, existiam somente 17 aeródromos na Amazônia, dos quais apenas três (Belém, Manaus e Macapá) eram pavimentados. Hoje, fruto do êxito no cumprimento de sua missão, é possível contar a construção e recuperação de mais de 170 pistas e mais de 70 reformas de instalações aeroportuárias e vias públicas.
COMARA – 65 anos de história
A COMARA completou, no dia 12 de dezembro, 65 anos de história superando todos os desafios da região, como o distanciamento e a sazonalidade do tempo, quando só é possível transportar, por meio de balsas, os insumos no período do inverno, época em que o nível dos rios está mais alto, e realizar as obras no verão amazônico, período mais seco.
A celebração do aniversário ocorre juntamente com a entrega de mais uma obra concluída em Estirão do Equador, no Distrito de Atalaia do Norte (AM). O aeródromo teve a pista de 1200 metros de asfalto substituída por 1500 metros de concreto, além de pintura, novo pátio, taxiway, instalação de sistema de drenagem e construção de cerca operacional.
Construção de pistas: importância estratégica
De acordo com o Vice-Presidente da COMARA, Coronel Aviador Mário Jorge Siqueira Oliveira, a construção das pistas tem importância estratégica para a defesa nacional e para o desenvolvimento do país. “As pistas permitem que as populações da Amazônia tenham acesso mais célere a outras regiões, recebam remédios mais rápido, realizem evacuação aeromédica de emergência, como aconteceu muito durante a pandemia da COVID-19, por exemplo”, comenta.
O Coronel Mário complementa, ainda, sobre a importância das pistas para a segurança nacional. “Algumas pistas, mesmo as que não possuem comunidades próximas, apoiam o Exército Brasileiro em diversos Pelotões de Fronteiras para o combate ao narcotráfico. Essas pistas também apoiam a Força Aérea nas operações de segurança nacional e no trabalho interagências”, esclarece.
Além de Estirão do Equador, a COMARA conta com outras obras em andamento. Uma delas está em Alcântara (MA) e é realizada em parceria com a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) e a Agência Espacial Brasileira (AEB). No local, é construída uma nova pista de táxi e um pátio de manobras para suportar aeronaves de grande porte, como o cargueiro Antonov e o Boeing 747, além de um novo terminal de passageiros, central de utilidade, nova via de acesso e cerca operacional.
Em Oriximiná (PA), a pista e o pátio em asfalto, inaugurados em novembro de 2020, receberam recentemente pintura, cerca operacional e auxílios visuais. Os novos serviços permitiram a operacionalidade do aeródromo no período noturno durante um momento crítico da pandemia da COVID-19 na cidade, quando foram realizados voos para evacuação aeromédica. Atualmente, a COMARA conclui a terraplenagem para escoamento da água da chuva das pistas.
Outro trabalho comariano em desenvolvimento está em Coari (AM). Lá os pavimentos de asfalto serão substituídos por concreto, além da instalação de balizamento noturno (que permitirá operação 24 horas por dia), colocação de cerca operacional e construção de um novo do Terminal de Passageiros de cerca de 900 m². De acordo com o gerente da obra, Tenente Engenheiro Aricles Matos Batista Filho, a aplicação de concreto nas pistas tem um custo-benefício superior ao do asfalto, além de melhor desempenho e maior durabilidade. “A manutenção é menos constante devido à durabilidade do concreto. Enquanto uma pista de asfalto dura 10 ou 15 anos, a de concreto passa do dobro de tempo e não exige tanta conservação”, finaliza.
Fonte: FAB
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