Comando Aéreo da OTAN treina militares para reparos rápidos em aeródromos atacados. Após um longo período de instabilidade e à luz das ameaças recentes, a capacidade de Reparo de Danos no Aeródromo (ADR) se tornou um fator crítico e decisivo para a OTAN garantir resiliência, capacidade de sobrevivência e continuidade operacional em caso de ataques.
O objetivo principal da OTAN ADR é ter capacidade de intervir rapidamente em caso de necessidade de reparo urgente para, por exemplo, cobrir crateras com placas reforçadas, consertar instalações e equipamentos importantes, para que os ativos ali instalados possam, pelo menos, se dispersar para outros locais fora do raio de ameaça. A OTAN está pressionando fortemente as nações aliadas para desenvolver essas capacidades, de preferência padronizando procedimentos e técnicas de reparos para permitir a potencial interoperabilidade em caso de crise.
Muitas nações possuem capacidade técnica para realizar esses tipos de reparos, e a o Comando Aéreo Aliado (AIRCOM) e outros Grupos de Trabalho dedicados, estão solicitando que esses países também tenham uma postura “expedicionária”, para fornecer pessoal qualificado, treinado e preparado, capaz de intervir, mesmo em ambientes não permissivos, além de manter materiais e equipamentos prontos para uso.
“Reparo de Danos em Campos de Aviação é uma capacidade essencial para garantir a resiliência da infraestrutura”, disse o Tenente-Coronel Fernando PUGLIESE, Engenheiro de Combate A4 Engineering Branch AIRCOM. “Contribui efetivamente para implementar implantações de Agile Combat Employment (ACE) e bases dinâmicas”, acrescentou.
Os Estados Unidos, que estão promovendo o desenvolvimento dessa capacidade, organizam periodicamente exercícios multinacionais para demonstrar aos seus parceiros da OTAN as técnicas e materiais utilizados nos reparos. Recentemente, a o Comando da USAF na Europa e a França realizaram um exercício na Base Aérea de Amari, na Estônia, 14 outras nações como observadores.
O último exercício, realizado em setembro de 2024 foi organizado por uma equipe do 435º Esquadrão de Construção e Treinamento (435th CTS) da USAF, e envolveu participantes da Letônia, Lituânia, Hungria e Itália, que praticaram atividades ADR. O exercício multinacional de três dias foi realizado na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha. O 435º CTS criou, em pavimentos de concreto dedicados a esse propósito, algumas crateras semelhantes às que seriam geradas pelo impacto de vários tipos de dispositivos explosivos nas superfícies de voo.
Em particular, por meio de um tapete de módulos elementares em Polímero Reforçado com Fibra (FRP), a equipe multinacional fixou uma cratera grande, medindo 12 m de diâmetro, e uma cratera pequena, com 4,5 m de diâmetro. A técnica do “tapete” FRP com função anti-FOD foi desenvolvida pelos Estados Unidos na última década e na qual o Comando Aéreo Aliado também decidiu investir, planejando a aquisição de vários kits deste material para bases aéreas europeias consideradas críticas.
O próximo treinamento ADR será em Moron, na Espanha, onde vários membros da OTAN realizarão reparos de danos no campo de aviação com engenheiros civis da USAFE.
Fonte: AIRCOM
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