Cinquenta anos do F-15 Eagle! Este 27 de julho de 2022 marcou os 50 anos do primeiro voo do caça de superioridade aérea norte-americano F-15 Eagle. Produzido pela McDonnell Douglas (atual Boeing), o protótipo YF-15A, matrícula 71-0280, decolou da Base Aérea de Edwards, na Califórnia, sob o comando de Irving L. Burrows, piloto de testes da fábrica, para um voo de 50 minutos sem intercorrências. “Era como o simulador. Esta aeronave teve um bom desempenho desde o primeiro minuto, e sabíamos que estava surgindo um vencedor”, disse Burrows após o pouso.
Com uma pintura chamada de “Air Superiority Blue” da USAF e marcações laranjas, o primeiro protótipo YF-15A não tinha alguns refinamentos aerodinâmicos nas pontas das asas e no estabilizador, detalhes posteriormente modificados após os primeiros testes de voo que apresentaram fortes flexões nas asas. Os problemas foram corrigidos com a implementação de pontas de asas com design “racket”.
Entre 16 de janeiro e 01 de fevereiro de 1975 foram batidos oito recordes, incluindo o último ao atingir uma impressionante altitude de 98.425 pés (30 km) em apenas 3 minutos, 27,8 segundos desde a liberação do freio na decolagem, chegando ao máximo de 103.000 pés antes de descer.
Durante a campanha de testes o protótipo do novo F-15 foi especialmente preparado para bater recordes anteriormente estabelecidos pelos MiG-25 soviéticos. Para isso, o chamado “Streak Eagle”, foi despojado de tudo que era considerado “inútil” como freios aerodinâmicos, atuadores de flaps, radar, canhão, gancho de cauda, gerador, sistema hidráulico redundante e até mesmo sua pintura foi raspada.
Um total de doze caças F-15 de pré-produção foram construídos, incluindo duas aeronaves biplace designadas como TF-15 (posteriormente F-15B). A USAF aprovou o novo caça para produção em taxa total apenas seis meses após seu primeiro teste de voo. Em 1974 a USAF recebia o primeiro exemplar, um F-15B Eagle, e dois anos depois o 555th Fighter Tactical Squadron “Triple Nickel” foi a primeira unidade de combate a receber o novo vetor de defesa aérea.
Ainda em 1976 a Força Aérea Israelense (IAF) se tornou o primeiro operador estrangeiro do novo F-15, designado localmente “Baz” (Falcão). Em 27 de junho de 1979 os F-15 Baz israelenses se tornariam os primeiros a abater uma aeronave inimiga, iniciando uma história de combate incomparável de 104 abates e zero perdas em conflitos contra aeronaves inimigas.
O F-15 não era apenas uma aeronave mortal, mas também era muito resistente. O exemplo mais famoso disso ocorreu em 1º de maio de 1983, quando um F-15D Baz da IAF sofreu uma colisão em voo com um A-4 Skyhawk, que arrancou praticamente toda sua asa direita. O pouso foi realizado com sucesso, com o piloto aplicando o dobro da velocidade normalmente utilizada para compensar a falta de sustentação depois de perder grande parte de uma das asas.
O Eagle evoluiu ao longo do tempo, com a entrega em 1979 das novas versões F-15C e D, com várias melhorias e maior peso máximo de decolagem. Em 1983, foi iniciado o Multi-Stage Improvement Program (MSIP) com o aprimoramento do radar, computador central, armamentos e sistemas de controle de fogo e de alerta de ameaças, entre outros. Alguns aos após foi iniciado o MSIP II com foco principal no radar APG-70 e no AIM-120 AMRAAM.
Em 1986 voou pela primeira a versão F-15E Strike Eagle, selecionado como substituto dos F-111 Aardvark como parte do programa Enhanced Tactical Fighter. Além de manter tyodas capacidades de combate aéreo, os Strike Eagle incorporam o emprego de todo tipo de munições ar-terra disponíveis no inventário da USAF. O F-15E tornou-se então a base para desenvolver variantes mais recentes, como por exemplo o israelense F-15I “Ra’am”, o saudita F-15S/SA, o Qatar F-15QA e o mais recente F-15EX Eagle II.
Os novos Eagle II foi desenvolvido a partir do F-15QA, até agora a versão mais avançada do modelo, originada principalmente depois que a Estratégia de Defesa Nacional orientou as forças armadas dos EUA a se adaptarem as novas ameaças da China e da Rússia. Apesar da extremamente semelhante aos “QA”, o Eagle II apresenta recursos exclusivos dos EUA, como o novo sistema de vigilância e guerra eletrônica AN/ALQ-250 Eagle Passive Active Warning Survivability System (EPAWSS) e a arquitetura Open Mission Systems (OMS).
Os F-15EX Eagle II tem muitas diferenças em relação ao F-15C os quais irá substituir. Por exemplo, o Eagle II é uma aeronave biplace, com opção de voar com um único piloto ou com piloto e oficial de sistemas de armas (WSO), enquanto a versão “C” é basicamente monoplace, com uma variante biplace de treinamento “D”.
Outra diferença é que o F-15EX incorpora um cockpit full glass equipado com um display multifuncional touch screen e JHMCS II em ambos painéis (dianteiro e traseiro), HUD Low Profile, monitores stand-by e para gerenciamento dos motorese entre outros parâmetros, além de controles Hands On Throttle-And-Stick (HOTAS).
Mesmo “cinquentão” o F-15 tem grande potencial e capacidade para ser explorada, por isso a USAF estima que o F-15EX Eagle II poderá operar pelo menos até a década de 2040 ou 2050, chegando a incríveis 70 anos em serviço!
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