

China exibe arsenal hipersônico no desfile do Dia da Vitória. A China realizou neste 3 de setembro um suntuoso desfile militar, não só para celebrar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, mas para dar o “seu recado ao mundo”. Ela apresentou oficialmente seu novo arsenal de mísseis hipersônicos, a maioria dos quais são mísseis antinavio.
Foi um desfile suntuoso, liderado pelos presidente da China Xi Jinping. Entre as autoridades presentes estiveram em Pequim, Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, e Vladimir Putin, presidente da Rússia, marcando também a primeira vez em que eles foram vistos com Xi Jinping. Estiveram em Pequim também, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil Celso Amorin e a Presidente do Bando dos BRICS Dilma Vana Rousseff.
A parada militar marca o final da II Guerra Mundial, que no 2 de setembro de 1945, após concordar, em princípio, com uma rendição incondicional no dia 14 de agosto de 1945, o Japão se rende oficialmente, pondo fim à Segunda Guerra Mundial. A China designou o dia 3 de setembro como o Dia da Vitória. Em discurso antes do desfile, Xi destacou que a vitória, há 80 anos, foi a primeira vitória completa da China contra a agressão estrangeira em tempos modernos.

A China revelou uma ampla gama de novos mísseis durante o desfile deste ano, incluindo mísseis antinavio, mísseis de defesa aérea e mísseis balísticos. No entanto, os mísseis hipersônicos têm sido o foco principal, com a revelação de uma gama diversificada de sistemas.
A Estatal CCTV transmitiu ao vivo o desfile, que dividiu os equipamentos em diferentes grupos. Os mísseis hipersônicos mais notáveis presentes no desfile são YJ-17, YJ-19, YJ-20, YJ-21, JL-1 e possivelmente CJ-1000. UAVs de vários tamanhos em caminhões destacam o crescente foco de Pequim em sistemas de combate não tripulados. Aeronaves sobrevoaram o desfile que contou com milhares de soldados e tropas.

A cerimônia militar apresentou uma impressionante exibição de aeronaves tripuladas e não tripuladas. No entanto, estiveram ausentes os supostos protótipos de caça de sexta geração, J-36 e J-50. Essas aeronaves furtivas apareceram em imagens compartilhadas nas redes sociais chinesas desde o final de 2024, vistas com frequência, com outros modelos desconhecidos como J-20 e J-35.

No ar, o desfile contou com aeronaves AEW KJ-500A, aeronaves de transporte Y-20, aviões-tanque YY-20A e bombardeiros H-6 modernizados. As formações também incluíram escoltas de caças Shenyang J-16 e Hongdu JL-10. Além destes, caças furtivos como o Chengdu J-10C, J-20 e o Shenyang J-35, voavam em formação. Além deles, vários helicópteros de ataque, transporte, navais e utilitários participaram do desfile.

Ao combinar um forte componente de aviação tripulada com um ecossistema crescente de UCAV/UAV, a China busca projetar uma postura militar preparada para o futuro. No entanto, a ausência de demonstradores de sexta geração sugere que esses projetos continuam em estágios iniciais de testes, longe de serem revelados ao público. A exibição de UAVs em caminhões destacou o desejo de Pequim de apresentá-los não como protótipos experimentais, mas como sistemas integrais prontos para implantação em campo.
Com seu papel crescente em conflitos modernos, a variedade e a quantidade de drones exibidos em Pequim demonstram que o governo de Xi Jinping planeja não apenas expandir as capacidades militares, mas também se tornar um grande exportador de armas avançadas.
O YJ-19 é visto como um míssil de cruzeiro antinavio hipersônico com um propulsor de grande capacidade e um scramjet. O míssil principal é cônico em vez de retangular em termos de seção transversal, com a entrada de ar dividida localizada no meio.
A dimensão do propulsor em relação à parte do míssil sugere que ele é destinado a navios de guerra e plataformas terrestres, já que propulsores maiores são necessários para impulsionar os mísseis a velocidades suficientes para ativação do scramjet.

Ao contrário do YJ-19, o YJ-17 parece ser uma arma planadora hipersônica antinavio. O layout aerodinâmico do HGV foi projetado para maximizar a sustentação e minimizar o arrasto em velocidades hipersônicas. Assim como o YJ-19, o propulsor é consideravelmente grande, sugerindo um míssil lançado da superfície.
A semelhança do layout do YJ-17 com o DF-17, o míssil planador hipersônico projetado para atingir alvos terrestres, sugere que ele pode ser a “versão antinavio do DF-17” anunciada por autoridades chinesas anos atrás. No entanto, não há informações disponíveis sobre as diretrizes.

O YJ-20 foi visto anteriormente sendo lançado do VLS de um contratorpedeiro chinês Tipo 055. O míssil é um míssil balístico antinavio de dois estágios, que pode ser considerado uma opção mais barata em comparação com o YJ-19 e o YJ-17. Já o CJ-1000, acredita-se que seja uma atualização ou continuação do extremamente grande e ainda misterioso míssil de cruzeiro supersônico CJ-100, o CJ-1000 pode ser um míssil de cruzeiro hipersônico com um alcance maior comparado ao YJ-19 ou simplesmente uma atualização do CJ-100.
O JL-1 parece ser o misterioso míssil balístico lançado do ar que foi avistado sob a fuselagem de um bombardeiro H-6 anos atrás. O míssil foi oficialmente revelado juntamente com mísseis com armas nucleares, o que significa que se destina a lançar ataques surpresa contra alvos distantes, explorando a mobilidade de uma aeronave.

O layout sugere que o míssil está usando um veículo de reentrada manobrável (MaRV) para auxiliar na penetração de sistemas de defesa aérea no estágio terminal, como o DF-21D MRBM e o DF-26D IRBM.

O YJ-21 é considerado um míssil hipersônico, infere-se que o YJ-21 é um míssil balístico antinavio com um localizador de radar não identificado, que pode ser ativo ou passivo.
A julgar pelo layout de estágio único, pela noção de velocidade hipersônica e, mais importante, pela semelhança com o míssil balístico não identificado sob a asa de um bombardeiro H-6 avistado anos antes, é muito provável que o YJ-21 seja a segunda opção de míssil balístico lançado do ar, juntamente com o JL-1 com armas nucleares.
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