China enviou porta-aviões Shandong para exercícios perto das Filipinas. A Marinha do Exército Popular da China (PLAN) enviou o grupo do porta-aviões Shandong (17) para exercícios no Pacífico. O ministério da Defesa de Taiwan relatou ontem (10/07) que diversos aviões militares chineses foram observados seguindo para o porta-aviões enquanto este passava pelo norte das Filipinas.
As manobras do Shandong em águas mais próximas das Filipinas ocorre durante um momento de crescentes tensões entre Pequim e Manila, sobre disputas territoriais no Mar da China Meridional.
Por motivos de segurança nacional, o Ministério da Defesa de Taiwan mantém uma vigilância rigorosa e diária sobre todos os movimentos militares chineses próximos ao seu território. Desta forma, apenas na quarta-feira (10/07) foram detectadas aproximadamente 36 aeronaves militares da China, incluindo caças J-16 e bombardeiros nucleares H-6, voando próximo da ilha em direção ao Pacífico Ocidental para realizar exercícios com o Shandong.
Em uma entrevista coletiva, o ministro da Defesa de Taiwan, Wellington Koo, disse que eles monitoram ativamente os movimentos do porta-aviões Shandong.
“O Shandong não passou pelo Canal Bashi. Ele foi mais para o sul, através do Canal de Balintang, até o Pacífico Ocidental”, disse o ministro se referindo à hidrovia que separa Taiwan das Filipinas e é a rota usual que navios e aviões de guerra chineses quando se dirigem ao Pacífico.
As Filipinas atualmente estão envolvidas em uma impasse territorial com a China sobre o disputado recife Second Thomas Shoal, no Mar da China Meridional.
O governo das Filipinas, por sua vez, expressaram preocupação com a mobilização do grupo de porta-aviões chinês. “Enfatizamos a importância de manter a paz e a estabilidade na região e pedimos a todas as partes que cumpram as leis e normas internacionais”, disse a Coronel Francel Margareth Padilla, porta-voz das Forças Armadas das Filipinas.
O Comando das Forças de Autodefesa do Japão divulgou na terça-feira a noite (09/07) que detectou o Shandong escoltado por dois Destróieres de Mísseis e uma Fragata enquanto passavam a cerca de 500 km (310 milhas) ao sul de suas ilhas Okinawa. De acordo com o comunicado, dois navios da Marinha Japonesa acompanharam a distância, enquanto caças da Força Aérea Japonesa foram acionados para acompanhar os aviões chineses lançados pelo porta-aviões.
As Forças Armadas de Taiwan realizarão o seu Exercício Militar Anual Han Kuang a partir de 22 de julho. Diante disto, a China intensificou as atividades militares na região. Desde o início do mês, Taiwan detectou mais de 270 aviões militares chineses ao redor da ilha, bem como duas “patrulhas de prontidão de combate conjunto” com aviões e navios de guerra.
A Reuters ouviu uma fonte familiarizada com as mobilizações chinesas na região, o qual relatou que no verão a meteorologia favorece os exercícios, mas observou um aumento incomum nos movimentos recentes. “A situação de segurança em Taiwan é preocupante”, acrescentou a fonte, falando sob condição de anonimato, pois não estava autorizada a comentar publicamente.
Pequim acusa o atual presidente de Taiwan, Lai Ching-te, de ser um “separatista” e rejeita quaisquer ofertas de negociações. Lai, por sua vez, rejeita as reivindicações de soberania da China, dizendo que apenas o povo de Taiwan pode decidir seu futuro.
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