China enviou 28 aeronaves militares na maior invasão ao espaço aéreo de Taiwan. Cerca de 30 aeronaves militares chinesas, incluindo caças e bombardeiros nucleares, entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, na terça-feira (15/06). Foi a maior incursão de aeronaves chinesas até o momento, informou o Ministério de Defesa de Taiwan.
O fato ocorreu depois que os líderes do G7 emitiram uma declaração conjunta no domingo (13/06), repreendendo a China por uma série de questões e destacando a importância da paz e da estabilidade em todo o estreito de Taiwan. Pequim condenou a declaração, a qual classificou como “calúnia”. O G7 é um grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
A China não tolera a intervenção de forças estrangeiras em questões de Taiwan e tem que dar respostas fortes a tais atos de “conluio”, disse o governo nesta quarta-feira (16/06), após Taipei ter relatado a maior incursão de aeronaves chinesas até o momento.
Questionado em uma entrevista coletiva se a atividade militar estava relacionada ao comunicado do G7, Ma Xiaoguang, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan da China, disse que o governo de Taiwan era o culpado pelas tensões. Pequim acredita que o governo da ilha está trabalhando com países estrangeiros para buscar a independência formal.
Nunca toleraremos tentativas de buscar independência ou intervenção arbitrária na questão de Taiwan por forças estrangeiras, então precisamos dar uma resposta forte a esses atos de conluio”, disse Ma.
Taiwan reclamou nos últimos meses das repetidas missões da PLAAN perto da ilha, concentradas na parte sudoeste de sua ADIZ, perto das ilhas Pratas, controladas por Taiwan. Mas desta vez, as aeronaves, incluindo bombardeiros e caças, voaram além da área próxima às Ilhas Pratas, segundo um trajeto pelo extremo sul de Taiwan.
O sobrevoo aconteceu no mesmo dia em que a Marinha dos EUA informou que o Carrier Strike Group 5, liderado pelo porta-aviões USS Ronald Reagan, havia entrado no disputado mar do Sul da China.
“O Strike Group Ronald Reagan não interagiu com nenhuma aeronave militar chinesa”, informou o porta-voz do Carrier Strike Group 5, Tenente Joe Keiley em um comunicado por e-mail respondendo a perguntas sobre se ocorreu alguma intereação com as aeronaves chinesas.
Um alto funcionário familiarizado com o planejamento de segurança de Taiwan disse à Reuters que as autoridades acreditavam que a China estava enviando uma mensagem aos EUA enquanto o CSG 5 navegava pelo Canal de Bashi, que separa Taiwan das Filipinas e leva ao mar do Sul da China.
“É uma intimidação estratégica para os militares dos EUA. Eles queriam que os Estados Unidos percebessem sua capacidade e que controlassem seu comportamento”, alegou.
Taiwan precisa, em particular, prestar atenção ao fato de que os militares da China começaram a conduzir exercícios na ADIZ do mar do Sul da China, que engloba o sudeste de Taiwan, acrescentou a fonte.
A costa leste de Taiwan possui duas grandes bases aéreas com hangares na encosta das montanhas para fornecer proteção no caso de um ataque chinês.