A Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLAN) está implantando um plano para baixar os custos de treinamento visando à formação de sua próxima geração de pilotos navais. Isto porque, em vez de desenvolver um novo treinador naval, ela optou por adaptar o jato de treinamento CAIC JL-9 Mountain Eagle – amplamente usado para formar pilotos da Força Aérea (PLAAF), para a missão de treinar pilotos para operações embarcadas. A primeira aeronave modificada foi entregue em março de 2020 e já estaria sendo empregada na formação dos futuros pilotos navais, em especial os que irão guarnecer o novo porta-aviões chinês, o Type 002 Shandong (recentemente comissionado), que, ao lado do Type 001 Liaoning, forma a atual frota de navio-aeródromos da PLAN.
Antes da introdução do JL-9 naval, os aviadores navais da PLAN só podiam treinar usando simuladores ou em aeródromos com marcações simuladas de um porta-aviões. A principal motivação para adaptar o JL-9 ao ambiente naval foi econômica. O preço para desenvolver um treinador específico (o que também demandaria muito tempo) ou empregar uma versão biplace do Shenyang J-15 (Su-27 chinês) seria muito superior aos US$ 9 milhões de cada JL-9. Estima-se que cada J-15 não sairia por menos de US$ 61 milhões por unidade.
Boa parte deste movimento pertence a um planejamento estratégico chinês de ter pelo menos quatro grupos de ataque naval, cada um capitaneado por um porta-aviões até 2030. Isso exigirá pelo menos 200 aeronaves de combate e cerca de 500 pilotos. A projeção é que um eventual conflito na região terá sua primeira fase em um ambiente naval, e a China está buscando uma hegemonia naval na região.