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Cargueiro iraniano em Caracas desperta suspeitas

29 de outubro de 2020
Boeing 747-200F, EP-FAB, da Qeshm Fars Iran, no Aerporto Internacional Mehrabad, em Teerã no dia 05 de outubro de 2020 (Foto: Mohamadreza Zeinloo, via Planespotters).

O Boeing 747-200F da companhia iraniana Fars Air Qeshm, prefixo EP-LAB (c/n 25171), pousou nesta semana no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, Venezuela.

A movimentação foi alertada pelo deputado venezuelano, José Manuel Olivares, que divulgou na sua conta no Twitter uma fotografia do Jumbo iraniano estacionado no aeroporto Simon Bolivar, em Maiquetia. O deputado disse que o avião foi descarregado por diversas pessoas, e as caixas retiradas foram armazenadas em contêineres, altamente vigiados.

Rastreando o 747 prefixo EP-FAB nos sites de monitoramento de voos on-line, em 27 de outubro ele realizou o voo QFZ 9970 na rota Teerã Imam Khomeini, Irã (OIIE) – Tunis, Tunísia (DTTA) – Ilha do Sal, Cabo Verde (GVAC) – Caracas, Venezuela (SVMI), onde pousou próximo das 16 horas, horário local. O voo de retorno – QFZ 9971 – decolou na tarde do dia seguinte, na mesma rota em sentido inverso.

Reprodução do Twitter do Deputado José Manuel Olivares.

A companhia Fars Air Qeshm, entrou na lista negra dos Estados Unidos no ano passado, quando esta mesma aeronave (EP-FAB), única ativa na frota da empresa, foi rastreada transportando armamentos de Teerã para a Síria, para abastecer guerrilheiros membros do grupo terrorista libanês Hezbollah.

O Departamento de Defesa dos EUA investigou a companhia Fars Air Qeshm, e descobriu que ela é controlada pela empresa aérea privada Mahan Air, que opera voos comerciais do Irã para diversos destinos. Essas operações regulares, também estão em suspeição, porque, segundo denúncias, o governo iraniano usaria as aeronaves para transportar armamentos e cargas ilícitas, sem chamar a atenção.

“Neste momento ele (o avião) está na Remota Whisky do terminal internacional Simon Bolivar no estado de Vargas! E eles descarregam caixas, diretamente para Contêineres altamente escoltados. Coincide com a reclamação do Representante Especial Elliott Abrams do (Departamento de Estado dos EUA)” (Fonte: Twitter Deputado José Manuel Olivares).

A Venezuela e o Irã mantém ligação aérea frequente, apesar de atualmente não existir voos comerciais regulares entre os países. O Governo do Nicolás Maduro é o controlador da companhia aérea Conviasa, que possui uma frota de aeronaves de alcance regional Embraer 195, e apenas, dois Airbus de longo alcance, o A340-200, prefixo YV1004 e o A340-300, YV643T (ex-YV3292) recentemente adquirido da companhia privada venezuelana Avior, e que desde julho, estaria na capital iraniana. Ambos quadrimotores fazem as suas revisões pesadas nas oficinas da Mahan Air, em Teerã, cujos voos entre as capitais, mesmo em ferry flight (translado vazio), seriam utilizados para transportes de materiais suspeitos e ilícitos.

A companhia estatal Conviasa, sempre despertou muitas suspeitas, principalmente, nas operações internacionais. Entre 2007 e 2010, a empresa de Maduro comercializou bilhetes para voos regulares entre Caracas e Teerã, com uma escala em Damasco, na Síria. Eles foram operados pelo Airbus A340-200 (YV1004), na época o único avião de logo alcance na sua frota. A Revista Veja publicou uma reportagem especial em 14 de março de 2015, assinada pelo jornalista Leonardo Coutinho, que fala sobre a criação desta rota e os objetivos obscuros dela:

“Entre março de 2007 e setembro de 2010, um Airbus A340 fazia esse percurso duas vezes por mês. Segundo os chavistas ouvidos por VEJA, quando partia de Caracas, a aeronave ia carregada de cocaína. Também eram transportados documentos e equipamentos, sobre os quais os ex-funcionários chavistas não conhecem detalhes. A droga era descarregada na capital da Síria, de onde era redistribuída pelo Hezbollah, um grupo terrorista do Líbano “

Airbus A340-200, YV1004, da Conviasa, no solo do Aeroporto Internacional Imam Khomeini, em Teerã, em 05 de julho de 2020 (Foto: Majid Hasankhani).

No mesmo período, as operações da companhia venezuelana tinham a contrapartida do Irã, com a empresa Iran Air, que voava para Caracas com os seus Airbus A340. Mesmo após o encerramento da rota comercial, os voos entre os dois países se mantém com certa frequência. Os Airbus A340-600 da Mahan Air foram vistos diversas vezes em Caracas, nos últimos anos.

Inclusive, sobre a Mahan Air, noticiamos aqui em 25 de julho deste ano, que uma aeronave em rota comercial, foi interceptada por um caça F-15E da USAF, o que gerou reclamação por parte dos iranianos.

Em recente coletiva para jornalistas internacionais, o Presidente Nicolás Maduro, respondeu um questionamento sobre a aquisição de armamentos iranianos, dizendo que “seria uma boa ideia, conversar com o Irã para ver quais mísseis que eles têm, e se está dentro de nossas possibilidades de compra, para reforçar as defesas aéreas e terrestres da Venezuela, dadas as ótimas relações que temos”, acrescentou. Maduro falou isto, depois da Colômbia acusar Caracas de planejar a aquisição de armamentos pesados.

Por outro lado, em entrevista para o canal de televisão americano Fox News, o representante especial do Departamento de Estado, Elliot Abrams, respondeu a um questionamento de jornalistas, dizendo que o Presidente Trump alertou que “a transferência de mísseis de longo alcance do Irã para a Venezuela, não é aceitável para os Estados Unidos e não será tolerada, e caso elas cheguem até o país caribenho, serão eliminados”

@FFO

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