Canadá reclama interceptação perigosa do seu CP-140 Aurora por caças chineses. Um avião de patrulha marítima CP-140 Aurora da Força Aérea Real Canadense (RCAF), que atua em missões de monitoração das sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC) sobre a Coreia do Norte, foi interceptado mais de uma vez por caças chineses, em manobras muitas vezes perigosas.
De acordo com as informações divulgadas na quarta-feira (01/06), autoridades das Forças Armadas do Canadá disseram que em alguns casos os caças da Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China (PLAAF) voam tão próximo, que os pilotos canadenses tem que realizar manobras evasivas, para mudar de rumo e evitar uma colisão.
“Nessas interceptações as aeronaves da PLAAF não respeitam às normas internacionais de segurança aérea. Elas colocam em risco a segurança de nosso pessoal da RCAF”, disse Dan Le Bouthillier, Chefe de Relações com a Mídia das Forças Armadas do Canadá.
Essas interceptações ocorreram em espaço aéreo internacional, enquanto a aeronave canadense estava atuando na Operação NEON, em contribuição à ONU. Não foram informadas as datas, mas alegam que esses encontros são cada vez mais frequentes. “As aeronaves chinesas às vezes chegaram tão perto, que sua tripulação era claramente visível pelos tripulantes canadenses”, disse Le Bouthillier.
O quadrimotor CP-140 Aurora da RCAF operou deslocado na Base Aérea de Kadena, em Okinawa, no Japão, entre 26 de abril e 26 de maio. Suas missões principais na Operação NEON são procurar por “atividades suspeitas de evasão de sanções marítimas, em particular transferências de combustível entre navios e outras mercadorias proibidas pelas Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Essas sanções, impostas entre 2006 e 2017, visam pressionar a Coreia do Norte a abandonar seus programas de armas de destruição em massa e responder aos testes de armas nucleares norte-coreanas e lançamentos de mísseis balísticos”, disse Le Bouthillier.
O governo canadense abordou o assunto com Pequim por meio de canais diplomáticos, disse Le Bouthillier.
Encontros tensos entre militares chineses e canadenses não são novos. Em 2019, dois caças chineses sobrevoaram um navio de guerra canadense no Mar da China Oriental. O incidente entre a Fragata HMCS Regina e dois caças Su-30 chineses ocorreu enquanto o navio estava em águas internacionais ao largo de Xangai, com os jatos chegando a 300 metros do navio de guerra canadenses, de acordo com relatos da época.
Houve outros encontros próximos entre aviões de guerra chineses e estrangeiros ao longo dos anos. O pior deles ocorreu em 2001, quando um caça chinês colidiu com um avião de reconhecimento da Marinha dos EUA sobre o Mar do Sul da China. Nesse caso, o piloto do caça F-8 chinês morreu e o avião dos EUA teve que fazer um pouso de emergência na ilha chinesa de Hainan. Os 24 tripulantes norte-americanos foram mantidos na ilha chinesa por onze dias antes de sua libertação.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO