Caças da OTAN interceptam Il-22PP “Mute” sobre o Mar Báltico. Caças F-35A da Aeronáutica Militare Italiana e Eurofighter Typhoon do Ejército del Aire Espanhol, atuando em missão BAP (Baltic ir Policing) do OTAN, experimentaram um triplo encontro com aeronaves russas na região do Mar Báltico.
Em 29 de julho, o Centro de Operações Aéreas Combinadas da OTAN, em Uedem, Alemanha, acionou as unidades BAP, em alerta 24 horas, para uma missão QRA (Quick Response Alert), com objetivo de interceptar e identificar três alvos desconhecidos.
Eles estavam voando em espaço aéreo internacional, próximo ao limite da região de voo (FIR) dos Estados Bálticos, sem identificação radar, contato rádio ou plano de voo conhecido. Esta situação colocava em risco os voos civis na região, segundo a OTAN.
Chegando ao local, os pilotos dos caças italianos e espanhóis identificaram as aeronaves militares russas: dois Ilyushin Il-22PP “Mute” de Guera Eletrônica, um Caça-bombardeiros Sukhoi Su-24 Fencer e um quadrijato de transporte pesado Il-76 Candid. Todos seguiam em rota da Rússia para o enclave de Kaliningrado, foram identificados e acompanhados até o limite da FIR.
Esta foi a primeira vez que os caças da OTAN, interceptaram os quadrimotores Il-22PP Porubshchik (código da OTAN “Mute”) na região do Báltico. Essa aeronave, altamente modificada, fez a sua primeira aparição pública em 2017, durante um desfile de Kubinka, nas comemorações dos 105 anos a Força Aérea Russa.
O “Mute” é uma plataforma SIGINT (Signal Intelligence) e stand-off jamming, baseada na aeronave Il-22 “Coot-B” de Comando e Retransmissão, que por sua vez é convertida a partir do quadrimotor civil Il-18D.
De acordo com Mikhail Khodorenok, coronel aposentado e analista militar do jornal online Gazeta.ru, o Il-22PP surgiu diante de uma necessidade urgente, quando não havia outras opções disponíveis. Foram considerados os jatos Antonov An-140 e An-158, além do Tupolev Tu-214, mas nenhum deles tinha disponibilidade operacional para conversão em plataformas de guerra eletrônica (EW).
“É claro que esta não é a solução ideal”, acrescentou o Coronel, explicando por que o novo sistema de armas foi instalado em um “cavalo velho, mas confiável”, e foi a melhor opção, ao invés de ficar sem uma aeronave EW.
Embora seja um “tapa-furos” até a chegada de uma nova aeronaves moderna, o Il-22PP foi equipado com antenas para varredura de sinais de rádio, capaz de bloquear seletivamente sinais de operação de aeronaves adversárias (ou de interesse), drones ou sistemas de defesa aérea inimigos.
Fonte: OTAN