Bombardeiros russos e chineses invadem KADIZ da Coreia do Sul. A China e a Rússia realizaram na terça-feira (24/05) uma patrulha aérea conjunta na região da Ásia-Pacífico. Os bombardeiros de ambos países, entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea da Coreia do Sul (KADIZ), fazendo que a Força Aérea Sul-Coreana (ROKAF) acionasse seus caças de alerta para identificar e acompanhar as aeronaves invasoras.
Conforme o comunicado do JCS, dois bombardeiros chineses H-6 entraram no KADIZ às 07h56 (horário local), pelo setor noroeste, a cerca de 126 quilômetros de Leodo, voando em direção ao Mar do Leste, por onde saíram por volta das 09h33. Posteriormente, a dupla de H-6 chinesa se reuniu com quatro aviões russos, entre eles dois Tu-95, e entraram reunidos na KADIZ às 09h58, novamente. Mais tardem por volta das 15h40, quatro aeronaves militares chinesas e duas russas foram vistas voando em uma área a cerca de 267 km a sudeste de Leodo, já fora do KADIZ, disse o JCS.
O Comando do Estado-Maior Conjunto de Seul (JCS) disse que dois aviões de guerra chineses e quatro russos entraram na KADIZ, sem violar o espaço aéreo territorial da Coreia do Sul. “Antes da sua entrada no KADIZ, nossos militares enviaram caças da Força Aérea para realizar etapas táticas de preparação contra possíveis situações acidentais”, disse o JCS em comunicado.
A KADIZ não configura em espaço aéreo territorial sul-coreano, mas é demarcada e reconhecida internacionalmente para a organização e segurança dos voos que se aproximam do país asiático. Assim, todos os aviões – estrangeiros ou não – que entrem nesta Zona, devem compulsoriamente se identificar para o Controle de Tráfego Aéreo da Coreia do Sul, com objetivo de não colocar em risco os tráfego aéreo na região.
O Estado-Maior Conjunto do Ministério da Defesa do Japão disse em um comunicado à imprensa que o Japão identificou quatro bombardeiros H-6 chineses, dois bombardeiros russos Tu-95 e um avião de reconhecimento russo Il-20 sobre o Mar do Japão, Mar da China Oriental e Pacífico Ocidental.
Este é o quarto ano consecutivo em que a China e a Rússia realizam patrulhas aéreas conjuntas semelhantes na região. A primeira ocorreu em julho de 2019, a segunda em dezembro de 2020 e a terceira em novembro de 2021.
O Ministério da Defesa Nacional da China informou que a missão está dentro do plano anual de cooperação militar das forças aéreas da China e da Rússia. Foram realizados voos de patrulha conjunta sobre o Mar do Japão, o Mar da China Oriental e o Oceano Pacífico Ocidental.
De acordo com o Ministério de Defesa da Rússia, as Forças Aeroespaciais Russas (RF VKS) utilizaram nesta missão conjunta os seus bombardeiros estratégicos Tu-95MS, que foram escoltados por caças Su-30SM. A Força Aérea do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLAAF) enviou seus bombardeiros estratégicos H-6K. Todas as aeronaves de ambos os países agiram estritamente de acordo com as disposições do direito aéreo internacional, ressaltou o comunicado de imprensa russo, observando que não houve violações do espaço aéreo estrangeiro.
Coincidência – ou não – essa patrulha conjunta ocorreu durante a presença do presidente dos EUA, Joe Biden, no Japão, para participar da cúpula do “QUAD” (Quadrilateral Security Dialogue), um grupo que reúne a Índia, Japão, Estados Unidos e Austrália, e tem por objetivo manter um alinhamento estratégico para questões de segurança marítima na região Indo-Pacífico.
O ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, chamou a patrulha aérea conjunta China-Rússia de “provocativa”, justamente devido à realização da cúpula em Tóquio, informou a AFP. Conforme noticiamos na segunda-feira (23/05), Biden declarou para os jornalistas no Japão, que em caso de invasão militar chinesa na ilha de Taiwan, os Estados Unidos irão intervir em prol de Taipei. Essas declarações aumentaram a tensão na região, levando
É provável que a patrulha aérea conjunta também tenha sido apoiada por atividades marítimas, disse um especialista militar para o Global Times, citando atividades recentes de navios de guerra chineses no Mar do Japão e no Pacífico Ocidental.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO/@CAS