Bombardeiro chinês H-6N transportando um míssil ASBM. Um vídeo publicado nas redes sociais forneceu uma visão sem precedentes de um bombardeiro Xian H-6N da Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China (PLAAF) carregando um intrigante míssil balístico anti-navio lançado do ar (ASBM), conhecido no ocidente como CH-AS-X-13. As imagens foram originalmente publicadas em 19/04 no Twitter por um usuário, aparentemente, baseado na China.
Não há detalhes sobre a data e localização da filmagem, mas a enorme arma na linha central do H-6N, parece ser relacionado à versão baseada em terra do míssil balístico anti-navio YJ-21 (ou Eagle Strike 21), denominada DF-21D (CSS-5 Mod 5), supostamente operacional desde 2010.
O status operacional do ASBM é desconhecida, entretanto a designação ocidental CH-AS-X-13 aponta para uma arma que ainda passa por testes. De acordo com o relatório China Military Power da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA de 2021, o H-6N está agora operacionalmente em campo, embora o mesmo documento não faça menção específica ao status do míssil, ao qual atribui uma possível capacidade nuclear.
A maioria dos analistas concorda, no entanto, que o ASBM é uma variante do DF-21D, carregada com uma ogiva convencional, alcance estimado entre 800 e 900 milhas (1.460 e 1.650 km) e capacidade de corrigir dinamicamente a sua trajetória na fase de reentrada, visando atingir navios em movimento.
O ASBM seria uma arma potencialmente importante em combate, por conta da sua trajetória com ângulo de descida íngreme e velocidade terminal hipersônica (comum aos mísseis balísticos). A maioria dos sistemas tradicionais de auto-proteção dos navios seria ineficaz contra o ASBM, fazendo jus ao seu apelido de “assassino de porta-aviões”.
Em última análise, como parte de uma ampla estratégia chinesa A2/AD (Anti-Acesso/Negação de Área), os especialistas projetam que os ASBM atuem em conjunto com os YJ-21 (lançados por navios) e os DF-21D (baseados em terra). Esta ação conjunta fará que os grupos de ataque de porta-aviões dos EUA se mantenham distantes da costa da China.
Lançar o ASBM de um jato de longo alcance, aumenta sobremaneira o raio de ação dos mísseis, que se aproveitaria da autonomia de aproximadamente 3.700 milhas (6.780 km) dos H-6N, sem reabastecimento em voo. Em uma operação combinada com outras capacidades como os YJ-21, submarinos de ataques, entre outro, a “bolha” A2/AD seria empurrada para mais longe da costa chinesa.
Essa é a teoria, mas todos esses sistemas de ataque precisariam de dados de direcionamento precisos e atualizados para torná-los letais. Os tipos de sensores disponíveis para esses ASBM durante sua fase de ataque terminal não são claros, mas quase certamente dependem de radar e sensores infravermelhos instalados no veículo de reentrada, além de fontes externas como radares terrestres, satélites de vigilância, aeronaves de patrulha marítima de longo alcance e drones.
Os analistas parecem estar em amplo acordo de que o vídeo é de fato um ASBM, e apesar do status operacional pouco conhecido, é mais uma evidência dos avanços que a China está fazendo no campo do A2/AD. Nesse cenário, os tipos de ameaças que a Marinha dos EUA e os navios de guerra aliados enfrentarão no futuro estão se tornando mais desafiadores à medida que o alcance em que essas armas podem atacar continua a crescer.
Fonte: The Drive
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