Bolivianos detidos no Chile alertam autoridades para ato de espionagem
Bolivianos detidos no Chile alertam autoridades para ato de espionagem. Depois da prisão de dois cidadãos bolivianos em 11 de maio por invadir uma base da Fuerza Aérea de Chile, o governo chileno investiga um possível ato de espionagem
Dois cidadãos bolivianos, de 20 e 28 anos, foram indiciados em 15 de maio, por invadir uma base militar da Força Aérea Chilena (FACH) localizada perto da reserva Pampa del Tamarugal, na comuna de Pozo Almonte, região de Tarapacá.
O caso iniciou quando militares da FACH detectaram a presença dos dois indivíduos dentro do complexo militar no domingo, 11 de maio. Ao tentarem interceptá-los, os indivíduos fugiram, mas foram rapidamente presos por policiais dos Carabineros que estavam próximos.
Seguindo o Ministério Público, os suspeitos foram entregues à Polícia Civil para as providências. A prisão foi prorrogada a pedido da FACH para averiguações complementares, após constatar que os suspeitos portavam uma planta baixa da Base.
As suspeitas de espionagem foram formalizadas e durante a audiência de acusação no dia 15, quando o advogado que representa a FAHC, Carlos Yáñez, argumentou que a entrada não autorizada no complexo militar, juntamente com a posse do esboço da planta da mesma, poderia constituir uma infração ao Código de Justiça Militar, especificamente os artigos 254 e 252 número 3, relacionados a atos de espionagem.
“O fato de os indivíduos portarem um retrato falado do local sugere uma ação premeditada que poderia ser enquadrada nesse delito”, disse Yáñez, destacando a preocupação institucional com a segurança das instalações.
No entanto, o Ministério Público optou por indiciar os réus com base no artigo 17 da Lei de Controle de Armas, que penaliza a violação de instalações militares. O tribunal de Pozo Almonte ordenou medidas cautelares separadas: um dos suspeitos foi mantido preso preventivamente, pois sua libertação foi considerada um perigo para a sociedade, enquanto o segundo recebeu condicional, sendo obrigado a se apresentar periodicamente em uma estação de Carabineros em La Tirana.
Contexto e histórico A região de Tarapacá, devido à sua localização na fronteira com a Bolívia, tem sido historicamente uma área sensível à segurança nacional. Nos últimos anos, as Forças Armadas e a Polícia Militar intensificaram a fiscalização na área devido ao aumento de ocorrências relacionadas à criminalidade transnacional, como tráfico de drogas e contrabando.
No entanto, entrar em uma instalação militar representa um incidente mais sério, colocando as autoridades chilenas em alerta. O Ministério Público, por sua vez, não descarta reformular a acusação caso a investigação revele novas evidências que apontem para espionagem. Até o momento, nem o governo boliviano, nem seus representantes no Chile emitiram qualquer declaração pública sobre o incidente.