Boeing registra perdas menores com impulso dos programas KC-46 e T-7. A Divisão de Defesa, Espaço e Segurança da Boeing (BDS – Boeing’s Defense, Space & Security) anunciou em 31 de janeiro que registrou no quarto trimestre do ano o menor déficit de 2023. As perdas acumularam um valor líquido de US$ 101 milhões nos últimos três meses do ano passado.
Embora o desempenho tenha sido pior do que o esperado, o Vice-Presidente Executivo e Diretor Financeiro da Boeing, Brian West, disse que a empresa pretende voltar aos níveis históricos de desempenho nos próximos dois ou três anos.
Somente em 2023, a divisão BDS registrou perdas de aproximadamente US$ 1 bilhão nos programas de reabastecedores KC-46 Pegasus, treinadores T-7A Red Hawk, jatos presidenciais VC-25B e drones de reabastecimento MQ-25.
Especialmente no último trimestre de 2023, a receita da BDS aumentou 9% puxada pela assinatura do contrato do Lote 10 do KC-46, envolvendo a aquisição de 15 aeronaves pela USAF. Neste período, a unidade entregou 52 aeronaves e dois satélites.
O planejamento é que a BDS volte a ter margens elevadas de superávit entre 2025 e 2026, uma vez que tem uma carteira de pedidos de US$ 59 bilhões. Além disso, os gestores assumiram o compromisso da empresa ser mais disciplinada na assinatura de novos contratos e licitações nos setores de defesa e espaço.
Recentemente o Presidente e CEO da Boeing, David Calhoun, disse que na última década a empresa assumiu riscos elevados para vencer competições de defesa, particularmente em programas de preços fixos. Somente no programa KC-46 Pegasus, a Boeing sofreu pesadas perdas de mais de US$ 7 bilhões.
Gradualmente o programa KC-46 está retomando seu ritmo planejado. Apesar dos problemas relacionados com a cadeia logística de fornecedores no início de 2023, no quarto trimestre do ano a BDS entregou nove novos Pegasus para a USAF.
Quanto ao projeto do treinador avançado T-7 Red Hawk, a BDS entregou para a USAF a primeira aeronave que irá iniciar os testes e avaliações em voo na Base Aérea de Edwards.
O atual cenário de conflitos espalhados pelo mundo e o aumento das tensões geopolíticas, aqueceram o mercado de helicópteros de ataque Apache, mísseis e armas. Este segmento da BDS está compensando as perdas em outros programas da Divisão.
A divisão de serviços Boeing Global Services registrou um aumento de 3,5% nas margens de lucro, principalmente devido à força dos contratos de suporte aos aviões de transporte C-17 Globemaster III.
O planejamento de recuperação financeira do grupo Boeing sofre principalmente com fatores de qualidade dos seus produtos, puxados pelo problemático 737 MAX. Recentemente Calhoun pediu desculpas públicas à Alaska Airlines, aos passageiros e aos seus operadores do MAX-9 pelo recente incidente com o desprendimento de uma porta em pleno voo.
“Acredito que a investigação da FAA será concluída rapidamente, mas simplesmente temos melhor”, disse Calhoun, afirmando que a segurança é a principal prioridade da Boeing, e que fará tudo o que for necessário para tranquilizar os seus clientes e o público sobre a integridade e qualidade dos seus aviões.
Fonte: AF&SM
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