
MARIANA ISLANDS RANGE COMPLEX, Guam (Aug. 30, 2022) EA-18G Growlers from the "Star Warriors" of Electronic Attack Squadron (VAQ) 209 simultaneously fire two AGM-88 High Speed Anti-Radiation Missiles (HARM) during a training exercise near Guam. The AGM-88 HARM is a tactical air-to-surface missile which finds and destroys threat radar air defense systems. Supporting a free and open Indo-Pacific and operating out of Andersen Air Force Base on the "Forward Edge" while utilizing the Marianas Islands Range Complex, VAQ-209's live-fire exercise provided valuable training to ordnance personnel and aircrew alike. As the US Military's only Reserve EA-18G squadron, VAQ-209 is currently forward deployed to Japan and operating across the Indo-Pacific as the expeditionary VAQ squadron currently assigned to Commander, Task Force (CTF) 70. (U.S. Navy photo by Cmdr. Peter Scheu)

Boeing: acordo com a USN para peças do F/A-18E/F e EA-18G. A Boeing fecha um contrato exclusivo com a Marinha para peças do F/A-18 e do EA-18G, deixando concorrentes de fora, levantando preocupações sobre transparência da concorrência e custos.
O Naval Supply Systems Command Weapon Systems Support com sede na Filadélfia anunciou em julho um importante contrato com a Boeing para reparar e fornecer componentes críticos para as aeronaves F/A-18E/F Super Hornet e EA-18G Growler. Este contrato de longo prazo e entrega indefinida, com duração de até uma década, com um período base de cinco anos e uma possível extensão de cinco anos, ressalta o papel fundamental da Boeing na manutenção das principais plataformas de caça e guerra eletrônica da Marinha.

O acordo, no entanto, restringe a concorrência somente à Boeing, citando a propriedade exclusiva da empresa sobre tecnologia proprietária. Essa medida destaca a dependência da US Navy em um único fornecedor, levantando questões sobre as implicações mais amplas em termos de custo, inovação e prontidão operacional em uma era de ameaças globais em evolução.
Hoje os Super Hornet e os Growler são a espinha dorsal da US Navy. O F/A-18E/F Super Hornet é o caça multifuncional mais utilizado pela US Navy, projetado para superioridade aérea, ataques de precisão e apoio aéreo aproximado. Sua versatilidade se destaca em operações que vão desde missões baseadas em porta-aviões no Indo-Pacífico até ataques contra alvos de alto valor no Oriente Médio.

Desde que entrou em serviço em 1999, o Super Hornet evoluiu por meio de atualizações, mantendo sua vantagem contra adversários modernos como o J-20 da China ou o Su-57 da Rússia, que ostentam furtividade e aviônicos avançados, mas não têm a confiabilidade comprovada do Super Hornet em porta-aviões.
Já o EA-18G Growler, é uma versão do F/A-18F especializado em guerra eletrônica. Ele interrompe o radar inimigo e as comunicações com o sistema de interferência ALQ-218 e os mísseis AGM-88 HARM, que visam e destroem as defesas aéreas inimigas.
O papel do Growler provou ser crucial em operações como as da Síria, onde suprimiu as redes de radar do ISIS, possibilitando ataques aéreos da coalizão. Sua capacidade de bloquear sinais inimigos enquanto se coordena com outras aeronaves o torna indispensável em conflitos modernos, onde a guerra eletrônica determina frequentemente o sucesso da missão.

Ambas as plataformas dependem de um conjunto complexo de componentes, desde sistemas de controle de voo até módulos de radar, considerados itens críticos de segurança pela Marinha. Essas peças exigem fabricação de precisão e rigorosos padrões de qualidade para garantir a aeronavegabilidade, um fator-chave na decisão da Marinha de limitar o contrato à Boeing.
A natureza de fonte única do contrato decorre da propriedade da Boeing sobre a propriedade intelectual necessária para produzir e reparar esses componentes. Software proprietário, ferramentas especializadas e processos de engenharia conferem à Boeing uma vantagem única, conforme descrito no anúncio da Marinha no SAM.gov.
Essa exclusividade cria barreiras significativas para outras empresas, que precisam passar por um longo processo de aprovação pela Autoridade de Agentes de Design da Marinha para sequer competir. O processo, detalhado no Folheto de Informações sobre Aprovação de Fontes do NAVSUP-WSS, exige que os potenciais fornecedores demonstrem capacidade técnica e conformidade com altos padrões de qualidade, um obstáculo que poucos conseguem superar a tempo de atender às necessidades urgentes da Marinha.
Um relatório do Pentágono de 2023 observou que contratos de fonte única podem aumentar os custos em até 20% em comparação com licitações competitivas, embora os valores específicos para este acordo permaneçam não divulgados.
A decisão da Marinha reflete a urgência operacional e as demandas operacionais de manter a frota. Os F/A-18E/F e EA-18G têm sido intensamente utilizados nos últimos anos, com Super Hornets, voando em missões de combate no Iêmen contra alvos Houthis e Growlers apoiando exercícios da OTAN no Mar Báltico. Essas operações sobrecarregam componentes como sistemas de radar e controles de voo, exigindo reparos rápidos para manter a prontidão.
Desafios da competição
No entanto, a abordagem de fonte única gera debate sobre as consequências a longo prazo. Ao contratar a Boeing, a Marinha garante a confiabilidade a curto prazo, mas pode sufocar a concorrência que impulsiona a inovação. Outros fornecedores de defesa, como a Lockheed Martin ou a Northrop Grumman, poderiam, em teoria, desenvolver componentes alternativos se tivessem acesso aos dados proprietários da Boeing.
No entanto, o rigoroso processo de aprovação da Marinha e os direitos de propriedade intelectual da Boeing tornam isso improvável. O aviso do SAM.gov convida outras empresas a enviarem Solicitações de Aprovação de Origem, mas alerta que as aprovações levam tempo, muitas vezes anos, devido à complexidade da validação de novos fornecedores para itens críticos de segurança. Essa dinâmica deixa a Marinha presa à Boeing, uma situação que pode complicar futuras atualizações ou negociações de custos.
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