Base Aérea de Santa Maria não fechará após a desativação dos AMX A-1. Apesar das incertezas com a futura aposentadoria dos jatos A-1 (AMX), e sem a garantia de que receberá os novos caças suecos Saab Gripen, o Comandante da Base Aérea de Santa Maria (RS), Coronel Aviador Daniel Lames, garante: ela não vai fechar as portas. A informação foi repassada em entrevista ao Jornal Diário de Santa Maria.
Esse temor surgiu em 2017, quando Base Aérea de Florianópolis (SC) teve o seu Esquadrão de aviões (P-95) transferido para Canoas, e a sua estrutura usada eventualmente em operações específicas. Em 2022, um grupo de estudos também foi criado para avaliar a possibilidade de fechamento da Base Aérea de Fortaleza (CE), mas o local foi recentemente escolhido para receber uma unidade do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
“As Bases Aéreas não fecharam, elas estão adquirindo funções novas. Não existe nenhum risco de fechar a Base Aérea aqui em Santa Maria”, afirmou o Coronel Aviador Lames, que assumiu o Comando da Base Aérea em janeiro e reforça a importância dela.
“A Base Aérea de Santa Maria hoje tem em torno de 1,5 mil militares e aqui é a representação da Força Aérea Brasileira no interior do Estado. Temos a Base Aérea de Canoas, mas aqui no interior do Estado toda a representação da FAB é feita pela nossa Base, até o envolvimento com o Exército também é feito por nós, aqui. Temos quatro unidades aéreas, um esquadrão de comando de controle, e também destacamento de controle de espaço aéreo. Então, a nossa integração com a sociedade de Santa Maria é muito grande, muito profícua aqui no interior” – declarou o Oficial.
Dos quatro Esquadrões Aéreos sediados em Santa Maria, dois são equipados com os jatos bombardeiros e de reconhecimento AMX A-1, um projeto dos anos 1980 produzidos em parceria entre a Itália e o Brasil. Assim como aconteceu recentemente com os cargueiros C-130 Hércules, que foram aposentados e substituído pelos modernos KC-390, a FAB começará um processo para aposentar os A-1 de Santa Maria.
Com isso, haveria o risco da Base Aérea de Santa Maria ficar apenas com o Esquadrão Pantera, equipado com os helicópteros Black Hawk usados em operações de resgates de vítimas de enchentes e transportes de pacientes, além do Esquadrão Hórus equipado com os drones israelenses da Elbit Systems.
Segundo o Coronel Aviador Lames, o Comando da Aeronáutica ainda não definiu quais unidades no Brasil irão receber os novos caças Saab Gripen.
Enquanto isso, na semana passada a Base Aérea de Santa Maria recebeu um voo do cargueiro KC-390 procedente de Israel, onde foi buscar um novo drone Elbit RQ-900 Hermes. Em dezembro outro drone do mesmo modelo já havia chegado para o Esquadrão Hórus. A Base Aérea de Santa Maria é pioneira nessa tecnologia no Brasil.
Em 2010, Santa Maria recebeu os primeiros drones RQ-450 do país. Em 2011, foi criado o Esquadrão Hórus com o objetivo fornecer suporte de segurança para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, combate ao garimpo ilegal na Amazônia e operações das forças federais de Garantia da Lei e da Ordem no Rio de Janeiro.
Os RQ-450 foram recentemente desativados, permanecendo apenas os RQ-900, maiores e com capacidade de voar até 36 horas ininterruptas a uma altitude de 9 mil metros. Os dados coletados pelos drones do Hórus são repassados para o Exército ou para a Polícia Federal, dependendo da operação que é realizada.
Fonte: Diário de Santa Maria
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