Lançar paraquedistas e suprimentos para auxiliar tropas amigas. Esse é um dos principais cenários simulados no treinamento das aeronaves de transporte no Exercício Operacional Tápio 2020, que acontece até o dia 04 de setembro na Ala 5 – Base Aérea de Campo Grande.
O objetivo é capacitar as tripulações da Aviação de Transporte para atuação em Guerra Irregular. Ao todo, são realizadas, diariamente, cerca doze decolagens das aeronaves C-130 Hércules do “Esquadrão Gordo” (1°/1° GT), C-105 Amazonas dos Esquadrões “Onça” (1°/15° GAV) e “Arara” (1°/9° GAV) e os C-95M Bandeirante dos Esquadrões “Tracajá” (1° ETA), “Pastor” (2° ETA), “Pioneiro” (3° ETA) e “Pégaso” (5° ETA).
“A Aviação de Transporte pode incrementar significativamente o poder de ação das tropas terrestres, levando material e pessoal de modo a obter a vantagem necessária em relação ao oponente. As características de velocidade e alcance das aeronaves são bastante exploradas”, ressalta o Comandante do Esquadrão Onça (1°/15° GAV), Tenente-Coronel Aviador Marcelo Alexandre Browne Issa.
Os lançamentos fazem parte dos pacotes de Assalto Aeroterrestre, quando as aeronaves de transporte são usadas para introduzir tropas de paraquedistas em áreas de interesse. Os principais desafios em realizar essas missões são identificar as condições de visibilidade e vento para a realização de um lançamento seguro e preciso na Zona de Lançamento (ZL), evitando a expor os paraquedistas ao inimigo em solo.
O C-105 Amazonas realiza o lançamento de paraquedistas a uma altura de cerca de 300 metros sobre terreno, com uma velocidade de mais de 200 km/h. Já o lançamento de carga é realizado a cerca de 180 metros, com uma velocidade de cerca de 240 km/h. De acordo com o Comandante do Esquadrão Arara (1°/9° GAV), Tenente-Coronel Aviador Leonardo Amorim de Oliveira, são realizados cálculos balísticos para saber o momento exato do lançamento. “Para lançamento de pessoal e carga é fundamental que tripulação e tropa estejam bem treinadas”, ressalta.
Uma das missões realizada pelos C-130 Hércules, foi o lançamento em voo de uma viatura com mais de duas toneladas. De acordo com o Comandante do Esquadrão Gordo (1°/1° GT), Tenente-Coronel Aviador Rogério Vieira Maciel Júnior, o principal desafio é o gerenciamento da operação e o momento do lançamento, para que a carga seja entregue no local exato e em boas condições. “O elevado peso deste tipo de carga influencia diretamente no centro de gravidade da aeronave, o que exige apurada coordenação no momento deste lançamento”, explica.
São realizadas saídas envolvendo o C-130, o C-105 e o C-95 em pacotes de voos conjuntos. De acordo com o Comandante do Esquadrão Pégaso (5° ETA), Tenente-Coronel Aviador Fabiano Pinheiro da Rosa, a complexidade da operação composta está em integrar um grupo de aeronaves distintas, com performance diferentes, e realizar a missão de forma coordenada e sincronizada. “Nessas situações, a margem para erros, mudanças e adaptações é muito reduzida”, comenta.