Nesta segunda-feira (09), um helicóptero de ataque Mi-24P Hind das Forças Aerospaciais Russas (RF VKS), foi abatido no interior da Armênia, próximo a fronteira com o Azerbaijão, matando dois tripulantes e deixando um gravemente ferido. Um vídeo foi divulgado nas redes sociais mostrando o momento do ataque.
O Mi-24P Hind, matrícula RF-91855 02ye, realizava escolta de um comboio de veículos militares russos da 102ª Base Militar, a partir da cidade de Gyumri, Armênia, quando foi atingida por um míssil terra-ar disparado por um equipamento portátil de defesa aérea MANPADS (Man-Portable Air Defense System), na vila de Yeraskh, noroeste do país.
Em nota, o Ministério da Defesa russo confirmou o fato, dizendo que “por volta das 17h30 (horário de Moscou), de 09 de novembro, um helicóptero russo Mi-24 foi derrubado por um sistema de defesa aéreo portátil, enquanto acompanhava um comboio de veículos da 102ª Base Militar Russa, em território da República da Armênia, próximo a localidade de Yeraskh, fronteira com a República Autônoma de Nakhchivan (República do Azerbaijão)”.
O atual conflito entre a Armênia e o Azerbaijão, começou em 27 de setembro, quando as forças azeris avançaram sobre a região de Nagorno-Karabakh, local de antiga disputa entre as duas ex-repúblicas soviéticas. Apesar de diversos acordos de cessar-fogo assinados entre os dois países, a região sempre sofreu com constantes escaramuças entre os dois lados.
Recentemente a Rússia disse que não iria intervir no atual conflito, a menos que a Armênia fosse atacada. Diante dos ataques do Azerbaijão contra o seu território, em 31 de outubro, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, solicitou formalmente a ajuda do presidente russo, Vladimir Putin. Não está claro qual apoio a Armênia estaria recebendo do Kremlin, mas há relatos – não confirmados – que militares russos estão no país auxiliando os militares armênios, inclusive usando sistemas de guerra eletrônica, para conter os constantes ataques de drones azeris.
Por outro lado, a Turquia tem apoiado abertamente o Azerbaijão no conflito Nagorno-Karabakh, com o fornecimento de drones de combate e a logística para o transporte de combatentes sírios, que se juntaram aos azeris na região. Caças F-16 turcos estariam posicionados em bases aéreas do Azerbaijão, além de forças de operações especiais estariam atuando no conflito, mas essas informações carecem de confirmações.
Horas após a divulgação das notícias sobre a derrubada do Mi-24, o Ministério de Relações Exteriores do Azerbaijão, lançou nota oficial lamentando o ocorrido, mas salientando que foi um equívoco dos militares que dispararam o míssil.
“O helicóptero estava voando próximo da fronteira entre a Armênio e o Azerbaijão, no momento em que há grande hostilidades na região de Nagorno-Karabakh. O voo ocorreu a noite, em baixa altitude, fora da zona de detecção dos radares da defesa aérea. Neste contexto, e com o alto estado de alerta militar na área, as equipes em solo tomaram a decisão de usar força letal contra a aeronave desconhecida. Inclusive, não tínhamos informações que helicópteros das Forças Armadas russas estariam nesta área”, disse o comunicado.
“O Azerbaijão pede desculpas aos russos por este trágico incidente, que foi de natureza acidental e não teve como alvo a aeronave das forças armadas russos. Enviamos as mais profundas condolências às famílias dos tripulantes mortos no incidente, e deseja a recuperação mais rápida dos feridos”, e termina dizendo que “O lado do Azerbaijão está pronto para pagar os danos correspondentes”.
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