
Armada Argentina aposentou o último Grumman S-2 Tracker em serviço militar do mundo. O Comando de Aviação Naval da Marinha Argentina realizou na segunda-feira (1º/12), a cerimônia de aposentadoria do último Grumman S-2 Tracker em serviço operacional militar no mundo.
O evento realizado na Base Aérea Naval Comandante Espora, em Bahia Blanca, reuniu diversas autoridades militares e convidados para a cerimônia de despedida do venerável Grumman S-2T Turbo Tracker, matrícula naval 2-AS-23, do Esquadrão Aéreo Naval Antissubmarino. Com sua aposentadoria, a Armada Argentina encerrou um capítulo de 63 anos na história da sua aviação.
Em 1962, a Marinha Argentina recebeu os seis primeiros Grumman S2F-1 Trackers (posteriormente renomeados S-2A). As aeronaves foram designadas para o recém criado Esquadrão Aéreo Naval Antissubmarino, inicialmente baseado em Punta Indio e posteriormente transferido para Bahia Blanca.
Em meados da década de 1970, já obsoletos, os S-2A foram substituídos por seis S-2E Tracker, com os dois primeiros (matrículas 2-AS-23 e 2-AS-25) chegando em 12 de maio de 1978 e o último (2-AS-24) em dezembro daquele ano.
Os S-2E Trackers participaram ativamente da Guerra das Malvinas, com quatro deles (2-AS-22, 23, 25 e 26) operando embarcados no porta-aviões ARA 25 de Mayo e também a partir do aeródromo de Port Stanley, ocupado pelas tropas argentinas. Durante o conflito, os Tracker realizaram inúmeras missões de guerra antissubmarino, mostrando toda a capacidade para que foram desenvolvidos.
Em 1988 a Armarda Argentina aposentou os antigos S-2A, além do porta-aviões ARA 25 de Mayo. Os S-2E restantes voltariam a operar embarcados em março de 1990, quando as aeronaves 2-AS-22 e 2-AS-24 realizaram pousos e decolagens no USS Constellation, durante o Exercício Gringo-Gaucho. Ao longo dos anos, essas operações conjuntas foram repetidas em porta-aviões americanos e brasileiros.

Em 1989, a empresa Israel Aerospace Industries (IAI) foi contratada pela Argentina para modernizar os Trackers, especialmente a substituição dos antigos motores por modernos turboélices. Os motores foram substituídos pela Marsh Aviation nos EUA enquanto a IAI em Israel atualizou os sistemas de missão. Quatro células foram convertidas para a versão S-2T Turbo Tracker: 2-AS-21, 2-AS-22, 2-AS-23 e 2-AS-24.
Em 2021 a Armada chegou a noticiar a aposentadoria do último Turbo Tracker operacional (2-AS-24), preparando a chegada dos novos P-3C Orion em negociação com a Noruega. Porém, com atrasos na assinatura da compra dos Orions, o Tracker 2-AS-23, que estava fora de operação, foi reativado em 2024 para cobrir a lacuna de patrulha marítima até a chegada dos P-3C.
Até a aposentadoria do 2-AS-23, a Marinha Argentina era a única operadora militar no mundo do Tracker. Agora restam apenas alguns exemplares utilizados por empresas civis para combate a incêndios na França e na Califórnia, além de alguns exemplares em condições de voo em museus e coleções particulares.
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