Argentina retoma projeto da bomba planadora Dardo. A Força Aérea Argentina (FAA), através do Centro de Pesquisa Aplicada (CIA), da Direção Geral de Pesquisa e Desenvolvimento (DGID) e do Centro de Testes de Voo (CEV), retomou os trabalhos de desenvolvimento da bomba planadora FAS 850 Dardo. O projeto estava parado há cerca de uma década.
Os voos de testes foram recentemente iniciados, com uma bomba inerte montada em um dos suportes subalares do protótipo do IA-63 Pampa III, matrícula EX-03. Um pod com câmeras também foi montado na aeronave para registrar o desempenho da bomba em voo.
A próxima etapa será realizada a partir de 2025, visando lançamentos de bombas inertes sem motor para avaliar a separação da aeronave. Isto permitirá que o projeto avance para o lançamento de bombas equipadas com motor e sistema de orientação. A última etapa será a avaliação com lançamento de bombas com cargas explosivas.
A bomba convencional Dardo tem origem nos anos 1980, com a primeira versão equipada com motor foguete para maior penetração e da qual apenas alguns protótipos foram produzidos. No final da década de 1990 surgiu a Dardo II, uma bomba planadora, com novo design de fuselagem retangular e asas desdobráveis, sistema de orientação GPS. O programa foi suspenso em 2001.
Em 2007 os trabalhos foram retomados avaliando a bomba nos jatos McDonnell Douglas A-4AR Fightinghawk da FAA nos Dassault Super Etendard da Marinha. Em 2011 foi exibido um protótipo chamado FAS-850 Dardo 2-B, que carregava bombas de 500 libras, tinha um sistema de navegação inercial e um detonador de proximidade. A designação do alvo poderia ser feita antes da missão ou durante o voo antes do lançamento. O alcance era de até 60 quilômetros, com altura de lançamento de até 40.000 pés e velocidade de lançamento de até Mach 0,9. Junto com ele foi apresentado o Dardo 2-C, movido por uma pequena turbina, utilizando inicialmente um APU retirado de uma aeronave Mirage, o que lhe conferia um alcance de até 200 quilômetros.
A Dardo 2-C foi renomeada como Dardo III e agora tem seu desenvolvimento retomado com a integração no Pampa III, enquanto se especula sobre a obtenção de autorização dos Estados Unidos para integrá-la aos F-16, algo que será não será fácil de obter. Porém, caso a integração ao Pampa III tenha sucesso e iniciada a produção em série das bombas, seria alcançada uma capacidade interessante para a aeronave, que lhe permitiria atacar alvos com precisão e a grande distância, sem se expor às defesas antiaéreas inimigas.
Fonte: Pucará Defensa
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