O governo do atual presidente argentino, Alberto Fernández, informou que vai investir aproximadamente US $12 milhões para recuperar o Boeing 757-200 da Agrupación Aérea Presidencial (AAP) da República Argentina.
O jato presidencial, matrícula T-01 (c/n 15487), conhecido como “Tango 01”, foi adquirido por pouco mais de US $60 milhões diretamente do fabricante em julho de 1992, pelo então presidente Carlos Menem. Com 29 anos de uso, o clássico “Tango 01” acumulou apenas 14 mil horas de voo, o que é muito pouco para esse tipo de aeronave.
Nesse período o Tango 01 serviu à oito presidentes, e desde janeiro de 2016 ele foi retirado de serviço e estacionado na Base Aérea de El Palomar, em Buenos Aires, de onde não decolou mais. Curiosamente a última passageira do Tango 01 em meados de 2015, foi a atual Vice-Presidente, Cristina Fernández de Kirchner. Durante o mandato do Presidente Maurício Macri, foram realizadas tentativas de venda da aeronave, sem sucesso.
Fontes do Gabinete Presidencial asseguraram que apesar de estar fora de serviço há mais de cinco anos, o Tango 01 está em boas condições e que o presidente Fernández fará os investimentos necessários para colocar o jato de volta ao serviço. Segundo informações, o 757 já deveria estar operacional há alguns meses, mas devido à pandemia Covid-19, os trabalhos de manutenção sofreram atrasos.
Sem jatos para deslocamentos internacionais, o atual governo argentino tem arrendado um jato executivo Gulfstream V para deslocamentos mais longos. Em janeiro deste ano, o mandatário argentino foi para Santiago do Chile, e em fevereiro, uma pequena comitiva presidencial foi ao México a bordo do G-V. Viajaram com o Chefe de Estado, a primeira-dama Fabiola Yañez, o secretário-geral da Presidência Júlio Vitobello e o secretário de Imprensa Juan Pablo Biondi.
Um fato curioso chama a atenção nessas viagens. A aeronave alugada, prefixo civil LV-IRQ (c/n 699), pertence à empresa Flyzar, que teria como sócio o jogador de futebol Lionel Messi. O atleta do Barcelona teria adquirido o G-V em dezembro de 2018, pelo valor de US $15 milhões. Segundo informações, o aluguel do jato apenas para quatro dias de viagem para o México, teria custado para os cofres públicos argentinos US $160 mil dólares. O fato gerou críticas na oposição por considerar os gastos excessivos, e que Fernández e sua comitiva poderiam ter viajado em um comercial.
Outro jato da frota Presidencial Argentina é o Boeing 737-500, matrícula T-04 (c/n 26456), nome de batismo “Monsenhor Enrique Angeleli”. Fabricado em 1994, o jato foi adquirido da Aerolíneas Argentinas (LV-AYE) em junho de 2014, durante o mandato da Presidente Cristina Kirchner. Antes de assumir as missões VIP, o jato comercial foi reconfigurado internamente com oito assentos na área presidencial, e 50 assentos executivos para a comitiva.
O “Tango 04” está fora de serviço há pouco mais de um ano e meio, e desde 11 de fevereiro de 2020 a ARSA realiza um check “C” e modernização do interior, para recolocá-lo em voo. O T-04 será usado pelo Gabinete Presidencial para deslocamentos nacional e regional.
Atualmente o único avião operacional na frota presidencial é o Learjet 60SE, Tango 11, adquirido pela Fuerza Aérea Argentina (FAA) e repassado para a AAP. A unidade possui dois
helicópteros Sikorsky S76B (H-02 e H-03) e um Sikorsky S70A Blackhawck (H-01). A FAA também presta apoio quando necessário para as missões presidenciais, fornecendo aeronaves das suas Brigadas Aéreas.
A FAA receberá em breve um Boeing 737-700, T-92 (c/n 33420), fabricado em 2004, adquirido no ano passado. Ele será operado pela Brigada Aérea para missões de transporte, e em compartilhamentos com a empresa aérea estatal LADE, controlada pela força aérea e que mantém rotas regulares para cidades do interior do país.
@FFO