O Governo Argentino lançou um plano visando modernizar os meios e as capacidades da Fuerza Aérea Argentina (FAA) para os próximos anos. Na prática também há planos para a Marinha Argentina e ao Estado-Maior Conjunto. O planejamento, feito no atual governo, vem em meio a dois importantes fatos. Primeiro a urgente necessidade das FFAA Argentinas de renovar seus meios, algo que desde a metade dos aos 1980 está em pauta e que, ganhou contornos mais prementes nos últimos anos. E segundo, este plano surge em meio a mais uma forte crise econômica, que nas últimas décadas tem sido o fator principal para represar a modernização da frota da FAA. Porém, esta crise – que se mistura a um crise política, tem atos dignos de um “tango”, pois está sendo agravada pela pandemia de COVID-19, o que, inclusive, criou um cenário de um possível um calote do país os credores (não pagamento de suas dívidas), o que traria uma recessão histórica ainda este ano, segundo diversos jornais de economia.
A fora isto, até os dias de hoje a Argentina também sofre com os efeitos da Guerra da Falklands/Malvinas, que por exemplo, não consegue adquirir meios militares de ponta devido ao embargo patrocinado direta e indiretamente pelo Reino Unido. Mesmo com recursos, é preciso vencer as barreiras, que limitam a compra de quase a totalidade de produtos da indústria ocidental. O que força a Argentina a olhar para mercados como China, Rússia e Índia ou mesmo buscar alternativas como a compra de jatos de ataque, como é o caso do KAI TA-50 sul-coreano.
Sobre o planejamento. Para a FAA, as principais diretrizes são apresentadas no Plano Transversal Sistêmico (PTS) e no Plano de Capacidades Militares (PLANCAMIL).
O primeiro visa estabelecer as projeções de alcance e capacidades baseadas na ciência, tecnologia e na indústria nacional, de forma a adotar o instrumento militar de alerta estratégico, reconhecimento e vigilância aeroespacial, coordenados por um sistema de comando e controle no todo o território nacional.
A segunda identifica e define os vetores militares, seu conceito de emprego, categoria de forças e os efeitos que deve assegurar, bem como as capacidades militares conjuntas, seus sistemas de força e o adequado desdobramento territorial.
O Instrumento Militar desenhado no âmbito destes dois planos, cujos objectivos se complementam, é o necessário e adequado para responder às necessidades operacionais da Defesa Nacional.
Aviação de caça:
1- Adquirir 12 caças complementares, como uma aeronave de transição para um sistema de armas de 4ª geração.
2- Modernizar 12 EMB-312 Tucano, com o objetivo de otimizar sua operação para continuar apoiando as atividades de vigilância e controle aeroespacial.
3- Incorporar, por meio de compra e desenvolvimento nacional, sistemas de tiro aéreo para equipar o EMB-312 Tucano, IA-63 Pampa II e Pampa III.
4- Aumentar o número de aeronaves A4-AR Fightinghawk, recuperando células estocadas.
5 – Continuar com o desenvolvimento de sistemas aéreos não tripulados de forma a aumentar a capacidade de vigilância, exploração e reconhecimento aéreo com este tipo de vetores.
6- Reconfigurar as capacidades do sistema de armas IA-58 Pucará através da modernização da célula e aviônica (com intervenção da FAdeA), de forma a utilizar os sensores e sistemas desenvolvidos pelo INVAP SE para vigilância aérea, exploração e reconhecimento.
7- Continuar o recebimento dos FAdeA IA-63 Pampa III com o objetivo de atingir uma frota de 40 aeronaves.
Transporte de aviação:• adquirir uma Boeing 737 para tarefas de transporte aéreo de médio alcance.
1- Continuar os processos de incorporação de 10 TC-12B Huron de curto alcance.
2- Recuperar progressivamente três Fokker F-28.
3- Continuar com a modernização de seis C-130 Hercules.
4- Continuar com a recuperação do Lear Jet L-35, para sustentar as atividades exigidas pelo Estado Nacional (verificação radioelétrica, exploração e reconhecimento fotográfico, voos médicos, transferência de órgãos, etc.).
5- Recuperação de todas as aeronaves de transporte SAAB 340 e DHC-6 Twin Otter contribuindo para os voos de ligação e da LADE no país, especialmente na região da Patagônia.
Helicópteros:
1- Substituir progressivamente os SA-315 Lama (com mais de 40 anos de serviço nas FAA), prevendo a incorporação de pelo menos três helicópteros adequados para operações SAR e e ajuda humanitária nas altas montanhas.
2- Recuperar o ciclo logístico dos dois helicópteros Mi-171E para dar continuidade às tarefas de transporte e carga de apoio à atividade antártica.
3- Reconfigurar a Unidade Aérea em Chipre que está operando sob o mandato da ONU. Espera-se homogeneizar a frota de helicópteros desdobrada na mencionada missão. Os helicópteros leves H-500 serão aposentados e serão integrados os Bell 212.