Argentina estuda retomar o Pucará em missões de ataque ao solo. O Comando da Fuerza Aérea Argentina (FAA) estuda a possibilidade de retomar a utilização dos bimotores IA-58 Pucará em missões originais de ataque ao solo. A informação foi repassada pelo General de Brigada Xavier J. Isaac, Comandante da FAA, em recente entrevista ao portal Zona Militar.
Atualmente a FAA e a Fábrica Argentina de Aviones S/A (FAdeA) trabalham no desenvolvimento do IA-58 Pucará Fénix, uma variante de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), do turboélice de ataque Pucará, desativado em 2019.
“Quanto ao Pucará Fénix , eu começaria falando do Fénix ISR e do Fénix. Estou pensando seriamente em reviver o Pucará em sua tarefa original, repotenciada e modernizada. Não apenas ISR”, disse o General Isaac ao ZM.
O projeto Fénix foi assinado no início de 2010, e seu protótipo, matrícula AX-561, voou pela primeira em outubro de 2016. Com a consolidação dos testes, o protótipo foi apresentado oficialmente três anos depois, sob a matrícula OVX-501. Sua principal modificação, em comparação a versão original do Pucará, são os novos motores Pratt & Whitney Canada PW&C PT-6A-62, em substituição dos antigos Turbomeca Astazou. Essa atualização da célula deixou para trás o venerável bimotor de apoio aéreo aproximado e reconhecimento.
O Fénix ISR tem como principal equipamento embarcado o POD multi-sensor integrado ao sistema POA (Aerial Observation Pod) FV-300, produzido pela empresa nacional FixView e o radar AESA da INVAP. O POA consiste em uma torre giratória com o sensor FV-300 integrada a uma estrutura de fixação STD-NATO. O FV-300 terá um telêmetro laser, câmeras High Definition e uma câmera InfraRed para qualquer condição de iluminação. O radar eletrônico (AESA) é produzido pela empresa argentina INVAP.
Com a desativação do Pucará em 2019, depois de 44 anos de serviço, principalmente pela dificuldade de manter os antigos motores franceses Astazou. Com isso, sua missão de vigilância e defesa de fronteiras foi transferida para os treinadores EMB-312 Tucano, adquiridos em 1987, e transferidos para a III Brigada Aérea, originando o II Esquadrão Operativo EMB-312. Isso foi necessário para aumentar a presença da FAA na região norte do país, especialmente na operação “Escudo Norte”.
No entanto, a recuperação total das capacidades ofensivas de ataque e reconhecimento é fundamental para os planos de modernização da FAA. Os desenvolvimentos dos PODs das metralhadoras Colibri e Tordo demonstram a necessidade de equipar as aeronaves em serviço com armas (inicialmente para equipar o IA-63 Pampa e o EMB-312 Tucano)
Em sua versão original, o Pucara era armado com quatro metralhadoras de 7,62mm, dois canhões hispano-suíços de 20mm, além de três pontos subalares para até 1500kg de munições.
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