Arábia Saudita negocia 48 F-35A
Arábia Saudita negocia 48 F-35A. A agência de notícias Reuters anunciou que o pedido formal da Arábia Saudita para adquirir 48 caças furtivos F-35 Lightning II está em fase final de análise pelo Departamento de Estado dos EUA.
A proposta está sob coordenação interinstitucional, liderada pelo Departamento de Defesa e pelo Departamento de Estado dos EUA, seguindo os procedimentos estabelecidos para Vendas Militares Estrangeiras (FMS). Embora a aprovação ainda não tenha sido emitida, a análise representa um passo fundamental para ser aprovada. O que estaria sendo posto na balança é se a venda comprometeria os equilíbrios regionais atuais, fere ou não as políticas de controle de exportação e os acordos bilaterais de defesa existentes.
Essa potencial aquisição representaria ter um segundo país do Oriente Médio equipado com o caça Stealth, após a venda da variante F-35I Adir a Israel. Se aprovado, o projeto permitiria à Arábia Saudita alinhar suas futuras capacidades aéreas com os requisitos de defesa modernizados, mantendo a interoperabilidade com aliados importantes.
A dimensão da frota proposta, que não havia sido divulgado anteriormente, seria suficiente para estabelecer dois esquadrões operacionais na Royal Saudi Air Force (RSAF) e poderia incluir componentes de infraestrutura, treinamento e manutenção no pacote geral.
Autoridades da Defesa familiarizadas com o processo de revisão descreveram a proposta como estando em processo de aprovação pelas etapas processuais padrão, refletindo a maneira como Washington ajusta as principais vendas de armas para alinhá-las aos seus compromissos de segurança regional e aos requisitos de revisão interna.
É o segundo país do Golfo a solicitar o F-35A. O primeiro foi os Emirados Árabes Unidos (EAU) em 2020. O processo acabou sendo travado após consultas a Israel e países da região, que não se mostraram favoráveis. Ajustes para garantir que a vantagem de Israel, conquistada por meio da política americana de manter sua superioridade militar, não seja diminuída, terminaram por vetar o negócio. Será que isto irá acontecer agora? Aparentemente não.
Caso a Arábia Saudita receba aprovação, medidas serão provavelmente aplicadas, incluindo cronogramas de entrega faseados, configurações diferenciadas ou modificações de hardware e software.
Riade também manifestou interesse em adquirir 54 caças Dassault Rafale da França, diversificando ainda mais e aumentando a autonomia estratégica de sua frota. Paralelamente às ofertas ocidentais, observaram-se discussões entre a Arábia Saudita e a Turquia sobre a participação no programa de caça de quinta geração KAAN, que poderia abranger até 100 aeronaves e acordos de coprodução. Considerações de longo prazo incluem ainda a exploração da participação no Programa Global de Aviação de Combate (GCAP), uma iniciativa de sexta geração liderada pelo Reino Unido, Itália e Japão, com entrada em serviço prevista para meados da década de 2030.
Essas iniciativas demonstram a intenção da Arábia Saudita de manter a continuidade operacional enquanto desenvolve sua própria base aeroespacial capaz de dar suporte a futuros sistemas de combate.