Alemanha volta a bloquear a venda de caças Eurofighter para a Turquia
Alemanha volta a bloquear a venda de caças Eurofighter para a Turquia. O atual governo interino alemão liderado por representantes do partido social-democrata e verde, bloquearam a venda de caças Eurofighter Typhoon para a Turquia. A informação foi publicada na na quinta-feira (17) pelo jornal Handelsblatt, citando fontes familiarizadas com o assunto.
O principal motivo foi a prisão do opositor do governo turco, Ekrem Imamoglu, por acusações de corrupção, que autoridades da Alemanha descreveram como sendo “um ataque à democracia turca”. A oposição na Turquia alega que a prisão tem têm motivação política.
Ex-prefeito de Istambul, Imamoglu é um forte opositor do atual presidente Recep Tayyip Erdogan e sua detenção gerou críticas tanto no país quanto no exterior, especialmente entre os aliados da OTAN.
Em outubro de 2024, durante uma visita a Istambul, o chanceler alemão Olaf Scholz apoiou a venda dos caças da Eurofighter sob o pretexto de que o país comandado por Erdogan ser um aliado e membro da OTAN.
O recente veto de Berlin causa novas incertezas sobre os planos de modernização militar da Turquia, que desde 2022 demonstra interesse em comprar os caças produzidos pelo consórcio Eurofighter, integrado pela Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha.
O plano de aquisição de Istambul envolve a compra de até 40 caças Typhoon, divididos entre 20 aeronaves da versão Tranche 1 de segunda mão do Reino Unido e 20 novos jatos Tranche 4, com previsão de entrada em serviço até 2030.
Em 18 de dezembro de 2024, o Reino Unido enviou dois Eurofighter Typhoons da RAF para a Base Aérea de Murted, nos arredores de Ancara, para uma apresentação para autoridades daTurquia. Na ocasião, o Ministro da Defesa turco, Yasar Guler, declarou que “as negociações técnicas relativas à aquisição do Eurofighter estavam progredindo positivamente”.
Este mais recente capítulo desta novela aumenta a tensão entre a Turquia e a OTAN, aumentando a instabilidade no Mediterrâneo Oriental. Porém, a prisão do opositor do governo turco também destaca preocupações mais amplas na Europa sobre o retrocesso democrático na Turquia de Erdogan.
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