Airbus e Dassault Aviation chegam a um acordo sobre o FCAS/SCAF. Airbus e Dassault Aviation e outros parceiros chegaram a um acordo sobre o Future Combat Air System (FCAS) ou Système de Combat Aérien du Futur (SCAF). O acordo marca o lançamento da próxima fase do caça europeu de 6ª geração, disseram as duas empresas na ontem (1/12), encerrando uma disputa de longa data entre as duas principais controladoras do projeto.
O FCAS/SCAF, anunciado pela primeira vez em 2017 pelo presidente francês Emmanuel Macron e pela então chanceler alemã Angela Merkel. Foi projetado para substituir a partir de 2040 o Eurofighter Typhoon e o Dassault Rafale, sendo uma mistura de aeronaves tripuladas e não tripuladas. Vale lembrar que outro projeto similar, também conhecido como FCAS e designado Tempest, está em andamento sendo dividido por Reino Unido, Itália e Japão, com a Suécia ainda em uma fase de estudos sobre o projeto.
Os parceiros industriais no programa são a Airbus SE (AIR.PA) da Alemanha, a francesa Dassault e a espanhola Indra. O projeto ficou parado devido a entraves entre a Airbus e a Dassault. “Este acordo industrial global representa um grande passo para este programa de defesa europeu emblemático. Isso está abrindo caminho para a assinatura de um contrato definitivo entre as nações e os parceiros industriais, uma vez concluídos os processos relevantes nas respectivas nações clientes. Estamos otimistas que isso pode ser alcançado em um futuro muito próximo” — Mike Schoellhorn, CEO da Airbus Defence and Space.
Mais cedo, o diretor da Dassault disse ao jornal Le Figaro que a empresa havia chegado a um acordo com a Airbus sobre o FCAS/SCAF. “Temos um acordo com a Airbus”, disse Eric Trappier, CEO da Dassault Aviation, que lidera o programa de caças. “Conseguimos todas as garantias necessárias para abrir a próxima fase, que ainda é, me lembro, uma fase de estudos preliminares”.
O projeto — originalmente destinado a unificar os europeus em volta de um único caça, sofreu com a crise migratória e a decisão da Grã-Bretanha de deixar a União Europeia e as tensões entre a França e a Alemanha, que lutam há mais de um ano para chegar a um acordo sobre a próxima fase de desenvolvimento do FCAS/SCAF.
Algumas fontes culparam a Dassault, que se recusou a ceder em uma longa disputa sobre direitos de propriedade intelectual. Outras fontes culparam a Airbus por pressionar por uma cota de empregos mais alta, insistindo que deveria ter um “campo de jogo nivelado” com a Dassault.
O ministro da Defesa francês, Sebastien Lecornu, saudou o acordo na quinta-feira. “Este projeto é uma ilustração concreta da cooperação que estamos realizando ao nível europeu na área de defesa e armamento, na qual a França desempenha um papel central”.
O acordo é um grande salto. Há pouco tempo — junho de 2022, o CEO da Dassault — Eric Trappier havia declarado que o projeto poderia atrasar 10 anos devido à falta de um acordo. Com o acordo, espera-se agora que o projeto ande e um novo cronograma seja apresentado. O fato é que nem a Dassault, nem Airbus e Indra acreditam que ele possa estar em serviço em 2040.
@CAS