Airbus apresenta o FLEROTOR no Rio de Janeiro, durante a LAAD 2025. Em meio a grande agitação nos pavilhões da maior e mais importante feira de defesa e segurança da América Latina – a LAAD, aconteceu no dia 2 de abril, o rollout de um novo produto da Airbus: o FLEXROTOR, aeronave não tripulada de alto desempenho e autonomia de voo, que opera na faixa de 25Kg.
A demosntração seria realizada em uma área do Exército, na Restinga da Marambaía. O ponto de encontro foi no RioCentro, local da LAAD 2025, estendendo assim as atividades da feira para evento outdoor. Nosso destino? O Centro de Avaliações do Exército (CAEx). Por se tratar de OM gerenciada pelo nosso glorioso EB, não pudemos fotografar a belíssima paisagem que antecedia o momento tão esperado para conhecer o FLEXROTOR, mas só apreciá-la já valeu os 45 min de viagem. A bordo da VAN que nos conduzia ao Campo de Provas, jornalistas especializados, blogueiros e entusiastas do segmento Drones.
O Vertical TakeOff and Landing (VTOL) Unmanned Aircraft System (UAS) FLEXROTOR, vem com uma proposta inédita para o seu nicho de mercado, sendo definido como um “expedicionário de terra e mar de operação autônoma”, apesar de ser operado por dois profissionais. Ainda antecedendo o grande voo, recebemos um brieffing durante um lauto brunch, o que apascentou nossos neurônios e espírito pantagruel que pelo menos em mim aflorava.
Mas vamos ao que interessa. Com 2 m de comprimento e 3 de envergadura este leve e impressionante equipamento decola numa área de apenas 3,7 m de forma vertical (VTOL) e, ao alcançar a altitude planejada, pode alcançar 140 km/h após assumir sua postura de asa fixa.
Sua autonomia de voo alcança mais de 12 h com seu playload padrão. Sim, trata-se de um HÍBRIDO no quesito combustível pois utiliza heavy fuel engine (HFE) e gasolina. Partimos para o campo de provas para assistir a montagem, decolagem, voo e pouso desta belezura que já conquistara boa parte dos presentes.
Transportado num case aparentemente bem resistente medindo 2×0,56×0,38 m e capacidade de até 50 kg de carga considerando todos os acessórios possíveis na versão militar, o FLEXROTOR teve sua montagem, abastecimento e ajustes antes dos 30 min considerados no brieffing. Ponto pra Airbus. Seu transporte, local para decolagem/pouso e autonomia total durante pouso e decolagem, tornam a expressão “expedicionário” perfeita para este belo aparelho. Dito isto vamos as impressões do escriba durante o voo.
Num dia de céu claro, a equipe, repito, composta por dois profissionais apenas, posicionou a aeronave em local seguro para os convidados e a própria operação e logo em seguida iniciou a decolagem. De forma suave e sem alterações aparentes, a aeronave rapidamente alcançou sua altitude de cruzeiro definida para o voo e assumiu a posição de operação horizontal. Foram feitos vários testes e capturas de imagens que realmente impressionaram pela definição e distância alcançada pelos sensores eletro óticos de alta definição. Os sensores disponíveis para o FLEXROTOR são capítulo à parte.
O payload deste VTOL era de 8 kg, porém, apesar de parecer pouco, os ativos são muitos: Sensor eletro ótico HD, sensor infra vermelho de onda média, outro que combina estes dois anteriores, e mais um, também combinado, mas com especificações diferentes. Acrescente um radar de abertura sintética e outro para busca em áreas extensas e missões ISR (inteligência, vigilância e reconhecimento) e uma antena na carenagem para operações navais (AIS).
Voltemos ao voo. Durante 50 min, nos foram demonstradas algumas das aplicações deste bólido que desaparecia rapidamente na linha do horizonte, reaparecendo como mágica minuto depois. Partimos então para o pouso que ocorreu de forma muito rápida e simples. Tudo é muito simples no FLEXROTOR. Ficamos de fato muito bem impressionados. Outro ponto pra AIRBUS.
A conclusão é a de que esta aeronave se presta para as seguintes atividades, militares e civis: mapeamento de incêndios, Busca e salvamento, Avaliações ambientais e inteligência e segurança. Seu portfólio de atividades desde 2022 inclui trabalhos com a US Cost Guard (USCG), US Navy (USN) e mais de 1.400 horas de voo no Afeganistão.
Por fim, fizemos uma foto oficial, o que tornou histórica nossa passagem pelo CAEx sob os auspícios da Airbus e Helibras. O projeto FLEXROTOR reforça o elo entre estas duas empresas que já operam no segmento de helicópteros corporativos AIRBUS no Brasil desde 2023.
O FLEXROTOR traz no seu DNA o legado de 30 anos de experiência em aeronaves de pequeno porte. Segundo Ben Motazed, head de Desenvolvimento de Negócios do FLEXROTOR, “não existe NENHUM VTOL COM ESTAS CARACTERÍSTICAS abaixo de 25k no mundo”. A Helibras, por sua vez, se diz preparada para produzir o equipamento no Brasil. Com seus 500 funcionários da linha 125 e 225, o FLEXROTOR poderá ser produzido com tranquilidade. Para tal há necessidades de demanda.
Retornamos aos nossos lares com a certeza de que a humanidade caminha no rumo certo. Ver este equipamento em voo nos leva a várias reflexões e observar os céus decorado por este pontinho cinza se deslocando é no mínimo motivo de orgulho pra nós, leigos em engenharia de aviação. O que diria Galileu, hein?
Airbus FLEXROTOR |
Carga paga – 8 kg |
Peso máximo de lançamento – 25 kg |
Envergadura – 3 m |
Velocidade – 140 km/h |
Teto máximo no pairado – 1300 m |
Autonomia – 14 h |
Operação – 1 piloto 1 montador |
Texto: Luiz Eduardo Perez.
@CAS