

AAE tem reservas quanto a usar seus A400M no combate a incêndios. Os incêndios florestais do verão europeu preocupa o governo francês, mas em especial o Armée de l’Air et de l’Espace (AAE), que não confia plenamente nos seus A400M com sistema de combate de incêndios.
Atualmente, a Segurança Civil da França (Sécurité Civile — organização civil governamental responsável por gestão de crises civis), conta com 12 antigos Canadair CL-415 na sua frota, sendo 11 operacionais, porque um deles se envolveu em um acidente em maio passado.
Além destes, 8 Dash 8 Q400 com capacidade de transporte de 10.000 litros de água ou retardante, três Beechcraft King Air 200 para reconhecimento e uma frota de 37 helicópteros (27 EC-145 e 10 H145). Em 2022, diante das dificuldades em garantir a prontidão operacional dos CL-415, cuja idade média gira em torno de 30 anos, o Presidente Macron anunciou sua substituição por 16 novos bombardeiros aquáticos DHC-515, aeronaves que seriam adquiridas da De Havilland Canadá, empresa do grupo Bombardier, que adquiriu em 1994 a Canadair.

E isso seguiu definido até o final de seu segundo mandato. Desde então, somente dois DHC-515 foram encomendados para entrega em 2028 e a aquisição de mais dois, embora anunciada, permanece incerta. No entanto, de acordo com um relatório parlamentar publicado no início deste mês, o plano do governo mudou.
Agora, o objetivo é aumentar a frota da 16 unidades, incluindo os 12 CL415 e 4 DHC-515 até 2033, com a substituição dos doze CL-415 adiada para o futuro por novos 12 DHC-515. Isto tudo está condicionado a uma solução francesa, com o Fregate F100, uma aeronave anfíbia desenvolvida pela Hynaero. Se ele vingar, o plano irá mudar, novamente.
Enquanto isso, pode-se considerar o recurso à aeronave de transporte A400M Atlas do AAE, equipados com o módulo removível do tipo RORO (roll-on/roll-off) desenvolvido pela Airbus, que transforma o Atlas em aeronave bombardeiro.
Segundo a Airbus, o sistema demonstrou sua eficácia, durante uma recente campanha de avaliação conduzida pelo Centro de Testes e Pesquisa Entente-Valabre (CEREN) da base de Nîmes-Garons.

Sem exigir modificações estruturais, este módulo de combate a incêndio permite que um A400M lance até 20 toneladas de água (ou produto retardante) em menos de dez segundos, a baixa altitude (100/150 pés ou 30/45 metros) e baixa velocidade (125 nós / 230 km/h).
Conforme o relatório parlamentar já citado, o uso de um A400M equipado com este módulo poderia ser considerado para “ocasionalmente complementar” os recursos de segurança civil.
Os únicos custos serão a aquisição do kit, os salários dos pilotos, bem como os custos de combustível e manutenção associados às operações de combate a incêndios.
Só que não é tão simples assim, como explicou o GeneralJérôme Bellanger, Chefe do Estado-Maior AAE, durante uma audiência na Assembleia Nacional, em 9 de julho. “O protótipo [do módulo de combate a incêndios] permite um desempenho superior ao do Canadair. AAE poderia, é claro, contribuir para esta nova missão. Agora, ela requer treinamento de pilotos, pois ainda é uma missão extremamente específica. Então, por trás disso, há infraestrutura, recursos humanos, treinamento, etc., que a segurança civil faz muito bem”, disse ele. “Eles geralmente são ex-pilotos da AAE que estão no comando dos Canadair e posso dizer que as missões que eles realizam não são realmente um esporte de massa”, concluiu.
Talvez o uso de A400M convertidos em bombardeiros fosse mais fácil na Espanha, já que, o Ejército del Aire conta com o Grupo 43, conta com um esquadrão especializado em combate a incêndios.
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