A Embraer e FAB iniciam estudo de um UCAV nacional. A Embraer e a Força Aérea Brasileira assinaram, hoje – 23 de abril, um memorando de entendimento (MoU) para a cooperação em estudos e avaliação das capacidades necessárias à concepção e desenvolvimento de um veículo aéreo não tripulado de classe superior e de múltiplas capacidades que atenda às necessidades das diversas missões da FAB. Em outras palavras um Loyal Wingman do tipo UCAV – Unmanned Combat Aerial Vehicle.
A cooperação neste MoU visa estudar em conjunto as necessidades da FAB no contexto das suas missões, bem como a compreensão e priorização de elementos operacionais e logísticos relacionados com o desenvolvimento de um sistema de aeronave não tripulada multi tarefa, que possa operar com um ala fiel (Loyal Wingman) de aeronaves tripuladas.
“Esta é uma oportunidade única para a Força Aérea Brasileira aprofundar seus estudos sobre tecnologias disruptivas que podem desequilibrar os cenários atual e futuro. Na guerra moderna, é fundamental o uso de plataformas aéreas não tripuladas, operando sozinhas ou em conjunto com aeronaves convencionais. Essa tecnologia permite reduzir custos e riscos, sem perder eficácia no cumprimento das missões atribuídas à Força Aérea Brasileira.”
Tenente-Brigada Carlos de Almeida Baptista Junior – Comandante da Aeronáutica.
O desenvolvimento de um sistema de aeronaves aéreas não tripuladas com tecnologia brasileira oferece uma oportunidade relevante para a Base Industrial de Defesa (DIB) e suas empresas estratégicas, promovendo o seu desenvolvimento e fortalecendo o conhecimento para a satisfação das necessidades do Estado Brasileiro.
“Este estudo é de fundamental importância para a manutenção e ampliação das competências da Embraer no desenvolvimento de sistemas de defesa aérea com alto conteúdo tecnológico e grande complexidade de integração. É também uma oportunidade de desenvolvimento contínuo de novas tecnologias e produtos para a FAB e o Ministério da Defesa, visando ampliar a capacidade operacional e garantir a soberania nacional. Um grande desafio para este sistema aéreo será, sem dúvida, sua integração e operação conjunta com outros sistemas e aeronaves, tripuladas ou não”.
Jackson Schneider – Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança .
O vídeo divulgado na conta oficial da Embraer no youtube hoje além de formalizar o MoU traz alguns detalhes conceituais do UCAV pretendido pela FAB. O que se vê em primeiro plano é que aparentemente O futuro UCAV brasileiro terá um motor semelhante ao General Electric F414 que equipa os F-39E/F Gripen da FAB.
Seu design lembra o Loyal Wingman da Boeing desenvolvido para a Royal Australian Air Force (RAAF), e isto denota que ele deverá ser stealth e voar ao lado de aeronaves tripuladas, como um ala fiel, executando diversos tipo de missão, inclusive armado, como um veículo aéreo não tripulado de combate (UCAV). A configuração aerodinâmica também sugere que ele terá um compartimento de armas central e a possibilidade de levar cargas externas nas asas.
Ainda não se tem muitos detalhes, tão pouco um cronograma do estudo e nem se haverá a participação de outras empresas como a Saab, algo bem plausível de se pensar, uma vez que as duas empresas trabalham em conjunto no Gripen Brasileiro e um eventual UCAV deverá voar na ala dos F-39E/F. Talvez com a transferência de tecnologia feita pela Saab à Embraer em razão do projeto F-38, um bom número de componentes e sistemas possam migrar para o futuro UCAV da FAB. Ou ainda a Embraer poderá receber assistência técnica da Saab, principalmente a partir dos resultados obtidos pelo FS2020, estudo conceitual desenvolvido pela SAAB para um futuro caça furtivo Gripen.
@CAS