A conta dos 36 F-35A suíços pode aumentar em US$ 1,86 bilhão. Em junho de 2021, após uma licitação lançada como parte do programa Air 2030, a Suíça anunciou sua intenção de adquirir 36 F-35A por US$ 6.4 bilhões, em um contrato formalizado em setembro de 2022. Agora este custo poderá crescer US$ 1,6 bilhão.
O Diretor Nacional de Armamentos da Suíça, Martin Sonderegger, e o Gerente do Programa Suíço para o F-35A, Darko Savic, assinaram em Berna, no dia 19 de setembro 2022, para a aquisição de 36 caças F-35A Lightning II para a Força Aérea Suíça (Schweizer Luftwaffe/Forces Aériennes Suisses).
O valor do contrato é de US$ 6.4 bilhões, e estava no limite pré-aprovado pelo parlamento suíço. As aeronaves deverão ser entregues entre 2027 e 2030, e substituirão a atual frota de jatos McDonnell Douglas (Boeing) F/A-18C/D Hornets e Northrop F-5E/F Tiger II da Força Aérea Suíça (SwAF). O governo suíço justificou sua escolha explicando que a aeronave americana apresentou a “melhor relação entre eficiência e custo de acordo com critérios específicos”, com a oferta da Lockheed Martin tendo sido quase US$ 2,485 bilhões menores que a proposta do segundo colocado, tanto em termos de compra quanto de custos operacionais.
Agora a conta dos 36 F-35 pode aumentar em US$ 1,86 bilhão, face a custos de produção.
A noção de preço fixo mencionada na ‘Carta de Oferta e Aceitação’ (LOA – Letter of Authorization) não é nada claro e também não negado. A LOA não pode afirmar que tipo de contrato de preço fixo foi efetivamente celebrado, ou se isso corresponde a um preço fixo conforme o conceito da lei suíça.
Outros elementos, como a menção repetida de ‘custos estimados’, deixam dúvidas quanto a um preço fixo no sentido de “preço fixo”. A Suíça encomendou a versão Bloco 4 do F-35A. Isso, porém, requer uma atualização do motor F-135, a fim de dotar esta aeronave da potência necessária para explorar todos os seus novos recursos e o software TR3, algo que naturalmente encarece a aeronave. Contudo, este ponto não foi considerado em junho de 2021. Isso é, de fato, o que havia sido admitido. Kaj-Gunnar Sievert, porta-voz do Escritório Federal Suíço de Armamento [DDPS] em julho de 2024.
No entanto, a DDPS rejeitou rapidamente essas alegações, reafirmando que “os preços e as condições contratuais são fixados vinculativamente e também são aplicados por meio
de um controle rigoroso” e que, “no caso de excessos de custos, o governo americano exigiria, portanto, preços firmes do fabricante”.
No entanto, um relatório publicado em julho de 2022 pelo Escritório Federal de Auditoria [FAO] não escondeu seu ceticismo em relação às declarações do DDPS. Na época, a Conselheira Federal e chefe do Departamento de Defesa, Proteção Civil e Esporte (DDPS), Viola Amherd, garantiu que o preço proposto para esses 36 F-35As seria fixo. E que, portanto, nenhuma surpresa desagradável deveria ser esperada.
Quanto custará esse custo adicional imprevisto? O porta-voz da Armasuisse não soube
especificar… O fato é que, além da questão do motor, o custo dos 36 F-35A será maior do que o esperado.
A Suíça não é o único país afetado pelo aumento dos custos do F-35A. Na semana passada, a Auditora Geral do Canadá, Karen Hogan, divulgou um relatório afirmando que “os custos estimados do Projeto de Capacidade do Futuro Caça aumentaram 46% entre 2022 e 2024, um aumento de US$ 6,34 bilhões”. Ela explicou que essa discrepância se deve não somente a estimativas baseadas em “dados desatualizados, que datam de 2019”, mas também à “inflação, às flutuações cambiais e ao aumento da demanda global por munições”.
Além disso, duas “fontes confidenciais da administração federal” confirmaram à SRF que os Estados Unidos “exigiram mais”, argumentando que os custos de produção haviam aumentado e que “nenhum preço fixo havia sido negociado com a Suíça”.
Os suíços eram os mais resistentes a ter um novo caça, com a população por duas vezes rejeitando a compra por plebiscito, algo previsto em lei na Suíça. Com esta polêmica os opositores ganharam mais munição e parece que ficou evidente que o contrato não ficou bem claro a época de sua assinatura, talvez por fruto da pressa de assinar, para não ter como no Gripem anos antes, ser embargado por pressão popular.
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