A China oferecerá mais uma vez o L15 Falcon à FAU com preço reduzido! Após boa parte da imprensa uruguaia ter divulgado na última sexta-feira (26/04), como notícia relevante uma simples viagem à Itália de oficiais da Fuerza Aérea Uruguaya (FAU) e funcionárias técnicos ministeriais para negociar com Leonardo SpA um possível compra do M-346FA, a empresa chinesa Aviation Industry Corporation of China (AVIC), disse que apresentará nos próximos dias uma redução de preço de sua oferta para o seu caça leve, o L-15 Falcon.
O L-15 é utilizado apenas pela Força Aérea Chinesa (PLAAF), pela Força Aérea da Zâmbia, Etiópia e pelos Emirados Árabes Unidos, estando os fabricantes muito interessados em ter uma vitrine na América do Sul para as suas aeronaves.
A última proposta asiática de seis aeronaves Falcon, com diversas opções (treinamento, radar ar-ar, telêmetro a laser e pacote básico de peças de reposição) rondou os US$ 170 milhões, dos US$ 250 que foram cotados inicialmente. Agora, o governo quer reduzir o orçamento para menos de US$ 140 milhões, sendo este o exato valor máximo autorizado pelo Ministério da Economia.
Há dúvidas sobre a aeronave. Além do fraco desempenho das aeronaves chinesas na América do Sul, com os diversos acidentes com aeronaves de treinamento K-8 na Venezuela e na Bolívia; os incidentes com o MA-60; os problemas com os helicópteros Z-9 neste último país e o abandono do Y-12 por empresas de transporte colombianas por falta de peças de reposição, ha receios com o futuro de seus dois motores Ivchenko AI-222K-25, se o conflito entre a Rússia e a Ucrânia continuar.
Da mesma forma, tanto os Estados Unidos como a União Europeia deixaram claro ao Uruguai que não veem com bons olhos a aquisição de material chinês, embora não tenham cercado esta posição com nenhum financiamento ou facilidades para a FAU optar por equipamentos ocidentais modernos.
Sabe-se também que, a empresa checa Aero Vodochody Aerospace, cuja oferta do L39NG começou com um preço próximo de US$ 40 milhões por unidade, que tem um desempenho muito inferior ao do M-346 (o favorito da FAU). Agora estaria disposta a reduzir para US$ 29 milhões por exemplar com suporte logístico. Além disso, foi lançado um mini debate sobre os custos de manutenção da série de motores Williams FJ-44/4M, que equipa o L39NG e o Leonardo M-345 vs e os motores da série P&W PT-6 67/68 do Super Tucano, onde os europeus reivindicam terem melhor desempenho custo-benefício.
Em relação à oferta anterior a FAU de até 10 Hawks 100 e 200 para à FAU, com peças de reposição, simulador, três motores extras, uma fuselagem adicional, treinamento e opção de mais seis Embraer Tucano AT 27, o Ministério da Defesa diz que não existia nada oficial ou extraoficialmente. O mesmo Ministério, que também disse ter conversado com a Embraer para o Super Tucano, afirma que os estudos não teriam começado ainda.
Houve também negociações anteriores com a Força Aérea Brasileira para unidades Super Tucano usadas, que, na época, não prosperaram. O problema é que a FAU, hoje quase sem aeronaves, exceto um ou dois Dragonfly, tenta renovar sua frota há quase 20 anos.
Enquanto fabricantes de diversas partes do mundo travam a modesta batalha pelos caças uruguaios, no Cone sul, tanto a Embraer quanto a FADEA argentina, dizem ter disponíveis 8 a 9 A-29 Super Tucano e Pampa III, respectivamente, em busca de clientes.
Atualmente, o Uruguai também enfrenta um volumoso tráfico de drogas e uma crescente transferência de armas por via aérea e fluvial, principalmente do Paraguai e da Bolívia. Ter uma renovação é imprescindível.
Texto: Javier Bonilla.
@CAS