China pode contornar proibição do UK para vender o JF-17 a Argentina. O embargo de décadas imposto pela Grã-Bretanha a Argentina, que vigora desde Guerra das Malvinas/Falklands em 1982, tem impedido a Força Aérea Argentina (FAA) de aquirir novos vetores de combate. Isto “fechou” praticamente os mercado ocidentais, pois muitos das aeronaves fabricada na Europa ou no continente americano tem peças ou sofrem algum tipo de influência comercial/alinhamento político com o Reino Unido. Só restou ao país buscar mercados não muito ortodoxos, como a China, Rússia e Paquistão.
Uma opção possível para a Argentina modernizar sua Força Aérea é a compra do caça sino-paquistanês CAC/PAC JF-17 Thunder. E como de costume, a Grã-Bretanha também pode intervir em tal acordo impedindo que ele seja concretizado. A razão é que o JF-17 possui vários componentes britânicos integrados, incluindo o assento ejetável PK16LE, projetado e fabricado pela empresa britânica Martin-Baker.
Se a impossibilidade de vendas futuras do JF-17 para a Argentina for uma possível proibição de Londres, Pequim pode contorná-la. O portal online argentino Fullaviación.com afirma que a China está pronta para encontrar uma solução. A solução é remover o assento ejetável britânico e substituí-lo pelo assento ejetável HTY-5D, fabricado na China. O HTY-5D já foi integrado com sucesso em outro caça chinês — o Chengdu J-10. E faz parte de um processo de independência total da China do Ocidente.
A Argentina tem capacidade fabril para iniciar a produção ou pelo menos a montagem do JF-17 que poderia ser montado na Fábrica Argentina de Aviones (FAdeA), bem como a fábrica Área Material Río Cuarto da FAA. Isso reduziria a influência do Paquistão especificamente neste eventual acordo. O interesse chines não é só comercial pois abre uma oportunidade real para a China estabelecer uma presença permanente na América Latina. Mais perto dos EUA significa pelo menos uma ligeira redução da influência americana na região.
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