Falecimento do Brigadeiro Elahir Amaral da Nóbrega. Destaque na aviação de reconhecimento brasileira, o Brigadeiro Elahir Amaral da Nóbrega faleceu aos 93 anos, na última sexta-feira (07/10), em Brasília, onde morava desde o início da década de 1980. O Brigadeiro Nóbrega deixa a esposa, Sra. Júlia Simone Meira Cartaxo de Sá; os filhos Domingos, Manoel, Tereza e Ana, do primeiro casamento com a Sra. Vera Nóbrega; os enteados Juliana e Hélio e os netos Daniel, Lucas, Rafael, Natasha, Mariana e Manuela.
Paranaense de Guarapuava, o Brigadeiro Nóbrega sua trajetória na Força Aérea Brasileira (FAB) em 1943, como integrante de um programa de patrulha e integração da Amazônia, realizado com o auxílio de três hidroaviões Catalinas doados pelo Governo americano ao Brasil.
Um dos seus orgulhos foi ter sido piloto das lendárias Fortalezas Voadoras B-17, com as quais participou de missões de apoio ao Batalhão de Suez, no Egito. Essas aeronaves foram os primeiros aviões da FAB a cruzar o Oceano Atlântico. Também estiveram presentes no apoio à Marinha do Brasil na “Guerra da Lagosta”, em 1963.
Coube ao então Major Nóbrega transladar, do Recife (PE) para o Estados Unidos, uma B-17 doada pela FAB ao Museu da Força Aérea Americana. Também no Recife, foi o responsável por batizar de “Esquadrão Carcará”, o Grupo de Aviação de Reconhecimento ali sediado.
Em abril de 1961 Nóbrega teve a oportunidade de conhecer pessoalmente o cosmonauta Iuri Gagarin, apenas três meses após o voo do soviético ao redor da Terra com sua Vostok I. Esse memorável encontro ficou registrado como um episódio curioso em sua memória, pois ao pousar na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, avistou o ilustre visitante sob uma das asas da aeronave soviética e, ao abordá-lo, recebeu de presente um maço de cigarros russo.
Como comandante da Base Aérea de Salvador (BA), entre 1980 e 1982, o Brigadeiro Nóbrega teve a oportunidade de preparar a recepção ao Papa João Paulo II, que desembarcou ali para dar início à sua visita ao Brasil.
Entre 1986 e 1990 o Brigadeiro Nóbrega foi superintendente do Aeroporto Internacional, de Brasília, após passar para a reserva, compulsoriamente, devido à idade. Embora já não pilotasse, a aviação foi sempre uma das suas maiores paixões, assim como as plantas, os pássaros e a poesia.
Tinha costume de presentear os familiares em ocasiões especiais com textos inspirados, entre eles um dos seus preferidos, um poema de Francisco Otaviano: “Quem passou pela vida em branca nuvem / e em plácido repouso adormeceu, / Quem não sentiu o frio da desgraça, / Quem passou pela vida e não sofreu, / Foi espectro de homem, e não homem, / Só passou pela vida, não viveu”.
Fonte: CB
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