Caçadores elogiam REVO com KC-390 em missões no sul do país. Desde o início desta semana, um KC-390 do 1º Grupo de Transporte (1º/1º GT) “Esquadrão Gordo” foi deslocado para a Base Aérea de Canoas (RS), onde participa de uma campanha de treinamento de Reabastecimento em Voo (REVO), em conjunto com diversas unidades de caça e ataque da Força Aérea Brasileira (FAB). Militares do 1º GTT “Esquadrão Zeus” de Anápolis (GO), que também opera o KC-390, também estão participando do treinamento.
O KC-390, matrícula FAB 2857, chegou ao Rio Grande do Sul no domingo a noite (18), enquanto diversos caças F-5M dos Esquadrões “Pif-Paf” e “Jambock” do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCA), sediados na Base Aérea de Santa Cruz (RJ), chegaram durante o final de semana. Eles se juntaram aos donos da casa, o 1º/14º GAv “Esquadrão Pampa”, baseado em Canoas (RS).
Equipados com mísseis ar-ar de longo alcance Rafael Derby, os pilotos dos F-5M estão participando de treinamentos de combate simulado BVR (Beyond Visual Range), que muitas vezes envolve mais de uma dezena de caças voando simultaneamente. Pacotes de missões com diversos F-5M decolam quase no mesmo horário, e seguem para a área restrita chamada “CAMPANHA”, localizada no sul do estado gaúcho.
Os combates envolvem aeronaves inimigas e, para isso, os F-5M são divididos em diversas esquadrilhas, que utilizam códigos de chamada dos seus esquadrões de origem “JAMBOCK”, PIF-PAF” ou “PAMPA”. Para que o cenário tenha organização e realismo, especialmente para os controladores táticos de voo que gerenciam os combates aéreos, alguns F-5M assumem o papel de aeronaves hostis, decolando com códigos diferenciados como “MIG” e “ROMANO”.
Minutos antes da saída dos F-5M, o KC-390 decola de Canoas com destino à área restrita chamada “DRINK”, e destinada para a operação REVO. Esta área fica próxima à que os caças realizam seus combates BVR. Os voos REVO são realizados por tripulantes dos dois Esquadrões KC-390, e por esse motivo os códigos de chamada são alternados entre “BARÃO” (1º/1º GT) e “CORAL” (1º GTT), de acordo com os pilotos em comando.
Também estão participando os jatos A-1M dos esquadrões “Poker” (1º/10º GAv) e “Centauro” (3º/10º GAv), ambos sediados na Base Aérea de Santa Maria, região central do Estado do Rio Grtande do Sul. Como essas aeronaves tem função de ataque ao solo e reconhecimento tático, eles realizam missões distintas, mas seus pilotos também estão treinando REVO com o KC-390, que se desloca para a área chamada “SANTA CRUZ”, e localizada entre Santa Maria e Canoas.
Interessante observar que o desempenho operacional do KC-390 em REVO está sendo motivo de elogios dos pilotos de F-5M e A-1M, especialmente porque os voos não sofrem tanto com a turbulência. Como o KC-390 opera em altitudes mais elevadas que os KC-130 (média de 26 mil pés, contra os 18 mil pés do Hércules), os voos são mais “tranquilos” para as operações. Além disso, no seu padrão de voo REVO, o KC-390 implementa uma velocidade mais veloz que os KC-130, resultando em uma operação mais estável e compatível com a performance dos caças.
Desde 2013, quando os KC-137 foram aposentados, o REVO da FAB era fornecido única e exclusivamente pelos dois turboélices KC-130 Hércules do “Esquadrão Gordo”, fazendo que muitos novos pilotos de F-5M e A-1M não tivessem a oportunidade de “revoar” com um jato. Com a recente chegada dos KC-390, e futuramente dos KC-30 MRTT, essa realidade está mudando, o que oferece maior capacidade para a primeira linha da defesa aérea nacional.
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