Taiwan prepara abrigos antiaéreos. As autoridades de Taiwan preparam abrigos antibombas para proteger os cidadãos, enquanto a China realiza o quarto dia consecutivo de exercícios militares aéreos e marítimos, após a visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha autogovernada.
O Exército de Libertação Popular (PLA) da China explicou que os exercícios se concentraram em testar seus ataques aéreos e terrestres de longo alcance. Ele não disse se vai continuar com os exercícios. Taiwan disse que continuou a detectar vários lotes de aviões, navios e drones chineses operando ao redor do Estreito de Taiwan. O Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detectado um total de 66 aviões chineses e 14 navios de guerra realizando exercícios aéreos e navais conjuntos ao redor do Estreito de Taiwan. Em resposta, Taiwan mobilizou patrulhas de reconhecimento aéreo, meios navais e mísseis terrestres e disse que continuaria monitorando a situação de perto.
A Reuters informou que as autoridades de Taipei usariam estacionamentos subterrâneos, armazéns e estações de trem para abrigar moradores se as ameaças aumentarem. Existem mais de 4.600 abrigos em toda a região, acomodando 12 milhões de pessoas, segundo a Reuters. Enquanto isso, a Agência Central de Notícias de Taiwan informou que os militares taiwaneses realizarão exercícios de artilharia de fogo real no sul do condado de Pingtung, entre os dias 9 e 11/08 em resposta aos exercícios chineses.
Os exercícios incluirão franco-atiradores, veículos de combate, veículos blindados e helicópteros de ataque, disse o relatório, citando uma fonte anônima. A China estabeleceu zonas proibidas em torno de Taiwan para os exercícios de quatro dias que anunciou logo após a viagem de Pelosi a Taipei. A visita irritou Pequim, que a considerou uma violação da política de “uma só China”.
A China reivindica Taiwan e ameaçou anexá-la à força, se necessário. Os dois lados se separaram em 1949 após uma guerra civil, mas Pequim vê as visitas de autoridades estrangeiras a Taiwan como um reconhecimento de sua soberania. O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan enfatizou que seus militares estavam monitorando a situação e enviaram aviões e navios para responder adequadamente. A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, pediu à comunidade internacional que “apoie a Taiwan democrática e que a China pare com qualquer escalada que gere segurança regional”.
Até agora, a China realizou ataques com mísseis contra alvos nos mares ao redor de Taiwan e enviou navios de guerra pela linha mediana do Estreito de Taiwan. O governo Biden e a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, dizem que os Estados Unidos continuam comprometidos com uma política de “uma China”, que reconhece Pequim como o governo legítimo, mas permite relações informais e laços de defesa com Taipei. No entanto, os Estados Unidos criticaram as ações de Pequim no Estreito de Taiwan, com a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, chamando-as de “fundamentalmente irresponsáveis. Não há necessidade ou razão para esta escalada”.
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