OTAN vigia de perto o Oblast russo de Kaliningrado. Desde o início do conflito Rússia-Ucrânia em fevereiro, o Comando Aéreo da OTAN está mantendo uma forte vigilância eletrônica sobre o território russo. Diariamente vários vetores altamente especializados, como os RC-135 Rivet Joint da USAF e da Royal Air Force (RAF), realizam missões de vigilância e monitoração em áreas de interesse na Rússia.
Entre as áreas de interesse da OTAN, está o Oblast de Kaliningrado, um enclave russo sem fronteira com o restante do seu território, encravado na Europa entre o Mar Báltico, a Lituânia e a Polônia. O governo russo mantém estacionados na área um forte aparato militar, especialmente navios de guerra e submarinos da Frota do Mar Báltico da Marinha Russa.
Regularmente, os RC-135 Rivet Joint da USAF, baseados na RAF Mildenhall, no Reino Unido, decolam para longas missões no entorno do Oblast de Kaliningrado, onde monitoram a movimentação russa na área, em longos voos com duração superior a seis horas de duração.
Sem fronteira com o restante do território russo, o Oblast (região) de Kaliningrado, tem uma população aproximada de um milhão de habitantes, que vivem em uma área de aproximadamente 15 mil quilômetros quadrados.
Sob o nome de Königsberg, a região era parte do Império Alemão, e ao fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha nazista, a área foi cedida à União Soviética, e em 1991, após a desintegração da URSS, Kaliningrado passou para o controle russo.
Do ponto de vista estratégico-militar, Kaliningrado é importante para Moscou, porque possui o único porto báltico do país livre de gelo durante todo o ano. Encastrada entre dois países pertencentes à União Européia e OTAN, os mísseis nucleares russos ali estacionados estão muito próximos de importantes cidades e capitais da região.
Recentemente a Lituânia anunciou um bloqueio terrestres da passagem por seu território de mercadorias embargadas pela União Europeia (UE) para Kaliningrado. Moscou condenou a proibição como uma medida “abertamente hostil” e exigiu a imediata suspensão das restrições aos transportes ferroviários. Vílnius, por sua vez, rebateu que está simplesmente aplicando sanções impostas no âmbito da UE em reação à invasão russa da Ucrânia.
Os RC-135V/W estão entre as plataformas de Inteligência de Sinais (SIGINT) mais avançadas da USAF, e seus conjuntos de sensores permitem a detecção, identificação e localização de sinais em todo o espectro eletromagnético. Esses dados podem ser compartilhadas em vários formatos para as agências através do amplo sistema de comunicações que equipam as aeronaves. A tripulação típica de missão dos RC-135 é composta por pilotos, oficiais de guerra eletrônica, operadores de inteligência e pessoal de manutenção de sistemas aéreos.
A USAF tem deslocado essas avançadas aeronaves para a América do Sul, com o único propósito de monitorar o desdobramento das Forças Armadas Venezuelanas em seu próprio território. Normalmente, o governo dos Estados Unidos utilizam os RC-135V em regiões de grande interesse estratégico, coletando todo tipo de informação que vai desde a localização de tropas militares, informações sobre a localização dos radares e defesas antiaéreas, até a interceptação de comunicações entre líderes políticos e militares.
A USAF possui 17 RC-135 Rivet Joint, todos sediados na Base Aérea de Offutt, Nebrasca. São nove RC-135W e oito RC-135V, todos operados pelo 38th Reconnaissance Squadron, subordinado à 55th Air Wing do Air Combat Command. Ambas versões carregam os mesmos equipamentos de missão, sendo diferenciadas apenas pela origem das células que foram convertidas.
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