Oficial General da USAF espera reinício de ataques iranianos no Oriente Médio. O principal General da USAF no Oriente Médio alertou que milícias apoiadas pelo Irã podem retomar os ataques contra alvos norte-americanos e de aliados à medida que as tensões aumentam na região. Falando a jornalistas antes de assumir seu novo cargo na Base Aérea de al-Udeid no Catar, o Tenente-General Alexus Grynkewich, será responsável por operações militares no Iraque, Síria, Afeganistão e em toda a região.
Expressando preocupação sobre a influência russa e chinesa que competem por influência econômica e militar no Oriente Médio, o Oficial-General da USAF disse que a inteligência dos EUA relatou que o Irã se prepara para fornecer drones de combate para a Rússia, que serão utilizados na sua guerra contra a Ucrânia. “Não é uma surpresa … mas é preocupante”, disse Grynkewich.
“Estamos nesta posição em que não estamos sob ataque constante, mas vemos o planejamento de ataques em andamento. Acontecerá algo que desencadeia esse planejamento e essa preparação contra nós”, afirmou Grynkewich, que anteriormente atuou como diretor de operações no Comando Central em Tampa, na Flórida.
No mês passado Teerã testou um foguete de transporte de satélites, levando Washington alertar sobre um eventual aumento nas sanções para impedir o avanço acelerado do programa de mísseis balísticos iraniano. Finalmente, na semana passada, em meio a visita do presidente Joe Biden na região , o Irã divulgou imagens de drones armados embarcados nos seus navios de guerra no Golfo Pérsico.
Há um visível aumento nas tensões regionais, principalmente sobre o programa nuclear em rápida expansão do Irã e o impasse nas negociações para reativar o acordo nuclear. Nos últimos meses, o Irã aumentou rapidamente seu estoque de combustível nuclear para uso em armamentos. Recentemente fora ativadas novas centrífugas avançadas, que esteriam proibidas pelo acordo nuclear. “Todos na região estão muito preocupados”, disse Grynkewich.
O Oficial General da USAF chamou a atenção sobre a “calmaria” que paira na região, com uma redução nos ataques por conta de um tênue cessar-fogo no Iêmen, mantido entre os rebeldes houthis (apoiados pelo Irã) e a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita. Da mesma forma, em Bagdá as milícias apoiadas pelo Irã se mantém no limbo, esperando para reiniciar os ataques. “Estamos em um período de estase”, disse Grynkewich.
À medida que outras ameaças diminuem, os EUA aumentaram a sua atenção para conter a influência russa e chinesa na região, disse Grynkewich. Conforme o militar norte-americano, Moscou busca manter sua influência obtida com anos de intervenção militar na região, como ocorreu na Síria, onde ajudou a salvar o governo do presidente Bashar Assad.
Na última semana, o presidente russo Vladimir Putin visitou Teerã, em uma rara viagem ao exterior. Foi uma demonstração de forte apoio do Irã para a guerra que mergulhou o Kremlin no confronto com o Ocidente. Grynkewich disse que uma aparente reversão do relacionamento militar entre a Rússia e o Irã,“mostra um pouco mais de um relacionamento do que gostaríamos que eles tivessem, dada o contexto de tudo o que está acontecendo na Ucrânia.”
Enquanto isso, as significativas incursões econômicas da China na região levantaram preocupações sobre os planos do país “para garantir esses interesses por meio da venda de armas ou outros ativos”, disse Grynkewich. Muitos estados árabes do Golfo encontraram em Pequim, um investidor que “não lhes dá palestras sobre questões de direitos humanos”.
Apesar das aparências em contrário após a retirada do Afeganistão, os EUA não estão deixando a região, insistiu Grynkewich, um caso que Biden fez repetidamente em sua turnê pelo Oriente Médio na semana passada.
Com dezenas de milhares de forças americanas estacionadas na Península Arábica e algumas ainda no Iraque, bem como o poder militar superior dos EUA, disse Grynkewich, os EUA estão tentando convencer seus aliados de que, “se você for nosso parceiro, obterá um relacionamento muito mais profundo e significativo.”
Fonte: AFT
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