Crise na Ucrânia “força” China a Invadir Taiwan segundo a CIA. Crise na Ucrânia “força” China a Invadir Taiwan segundo a CIA. A invasão da Rússia na Ucrânia está afetando os cálculos da China sobre como e quando pode decidir invadir Taiwan, disse o chefe da CIA Bill Burns no último dia 20/07 durante o Fórum de Segurança de Aspem — Colorado. Mas este passo será dado, nos próximos anos, usando um argumento ou desculpa, similar ao da Rússia.
“Os riscos disso se tornam maiores, parece-nos, quanto mais avançamos nesta década”, disse Burns, acrescentando: “Eu não subestimaria a determinação do presidente Xi de afirmar o controle da China sobre a autogovernada Taiwan”. Burns disse ainda que a China estava “inquieta” ao olhar para a guerra de cinco meses da Rússia na Ucrânia, que ele caracterizou como um “fracasso estratégico” para o presidente Vladimir Putin, que esperava derrubar o governo de Kiev em uma semana.
“Nossa sensação é que provavelmente a liderança chinesa poderá retardar em alguns anos o uso da força para controlar Taiwan. O que afera o cenário é tentar saber como e quando eles o farão”, disse Burns.
Ele disse que acredita que a China tenha observado da crise da Ucrânia que “você não consegue vitórias rápidas e decisivas com força abaixo do esperado. Suspeito que a lição que a liderança e os militares chineses estão tirando é que você precisa acumular força esmagadora se quiser fazer isso no futuro”, disse ele.
A China também provavelmente aprendeu que precisa “controlar o espaço da informação” e “fazer tudo o que puder para fortalecer sua economia contra o potencial de sanções”, acrescentou. Burns, de acordo com avaliações anteriores dos EUA, disse que os Estados Unidos não acreditam que Pequim esteja oferecendo apoio militar à Rússia apesar do apoio retórico.
A China intensificou as compras de energia russa, mas parece cuidadosa em não incorrer em sanções ocidentais. A China considera Taiwan parte de seu território e quer a reunificação, pela força, se necessário. Os nacionalistas derrotados da China fugiram para Taiwan em 1949 após perder a guerra civil, mas a ilha desde então se tornou uma democracia vibrante e uma potência tecnológica. Vale lembrar que as atividades militares da China sobre Taiwan, com invasões de seu espaço aéreo e mar territorial cresceram muitos nos últimos anos.
Falando no mesmo fórum de Aspem, o embaixador da China nos Estados Unidos, Qin Gang, disse que Pequim ainda prefere a “reunificação pacífica”. Mas ele acusou os EUA de apoiar as forças de “independência” em Taiwan. “Nenhum conflito e nenhuma guerra é o maior consenso entre a China e os Estados Unidos”, disse Qin. “Somente aderindo estritamente à política de uma só China, apenas unindo as mãos para restringir e se opor à independência de Taiwan, podemos ter uma reunificação pacífica”, disse ele.
De acordo com uma lei aprovada pelo Congresso em 1979 quando os EUA reconheceu Taiwan, os EUA foram obrigados a fornecer armas a Taiwan para sua autodefesa. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em maio que os EUA estavam prontos para usar a força para defender Taiwan de um ataque chinês, parecendo eliminar a ambiguidade de longa data dos EUA sobre se o país se envolveria militarmente, embora a Casa Branca rapidamente recuasse seus comentários. Biden disse a repórteres no dia 20 que esperava falar com Xi “nos próximos 10 dias”.
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