Dois A400M da TuAF permanecem retidos na Ucrânia. Dois Airbus A400M da Força Aérea da Turquia (TuAF) permanecem “presos” no Aeroporto Internacional de Boryspil, em Kiev, desde o dia 24 de fevereiro, quando os russos iniciaram a guerra (ou operação especial como eles determinam) no território ucraniano. De acordo com informações do governo turco, as aeronaves pousaram na madrugada daquele dia, com o objetivo de retirar os seus cidadãos e funcionários diplomáticos do país, porém o início dos combates impediram a suas decolagens de retorno.
“Em 24 de fevereiro, enviamos duas de nossas aeronaves A400M para a Ucrânia para ajuda humanitária e evacuação de nossos cidadãos. Devido ao fechamento do espaço aéreo, eles estão esperando no aeroporto de Borispol desde então”, disse o ministro da Defesa Nacional Hulusi Akar.
De acordo com os cenários preparados pelo Ministério da Defesa turco na ocasião, sua tarefa era estabelecer uma ponte aérea para transferir cidadãos turcos da Ucrânia para a Turquia. No entanto, logo após os aviões pousarem no aeroporto de Borispol, em Kiev, pela manhã, a Ucrânia fechou seu espaço aéreo contra-ataques russos. Além disso, veículos terrestres foram colocados nas duas pistas do aeroporto de Borispol para evitar pousos e decolagens. Espalhou-se a notícia de que as minas podem ter sido colocadas nas pistas. Portanto, como os outros aviões que estavam no aeroporto na época, os aviões turcos A-400 não puderam decolar e ficaram imobilizados. Lá se mais de quatro meses, sem uma solução.
Um total de 16 pessoas tripulantes estão na embaixada turca em Kiev desde então. Com a permissão das autoridades ucranianas, eles vão regularmente ao aeroporto de Borispol e mantêm os A400M, chamados “Koca Yusuf”, em homenagem ao famoso lutador turco. Um intenso esforço diplomático está sendo efetuado através do ministro da Defesa Nacional, Hulusi Akar, para a devolução dos aviões; isso ocorre por o problema ser militar, não político.
Em outras palavras, o tema das reuniões de Aker com o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu e o ministro da Defesa ucraniano Oleksii Reznikov há meses não é apenas a segurança marítima para minas perdidas no Mar Negro e o transporte de grãos, que recentemente veio à tona, mas desde o início é o retorno seguro das duas aeronaves A-400M para a Turquia. O último encontro de Akar com Reznikov, em 6 de junho, também não produziu resultados. Fontes de segurança apontam que tanto a Ucrânia quanto a Rússia estão atentas à segurança dos aviões retidos em Borispol.
Existem duas razões militares principais pelas quais os aviões, cada um avaliado em cerca de €110 milhões, não puderam ser retirados da Ucrânia. O primeiro é o perigo das minas nas pistas. O problema não é apenas encontrar e remover as minas dos trilhos. Os ucranianos estão preocupados de que os russos tirem vantagem disso. A segunda é que ninguém pode garantir que os aviões não serão atacados, mesmo que as pistas sejam temporariamente liberadas e a decolagem seja alcançada. O problema aqui não é que as autoridades russas ou ucranianas não tenham efetuado promessas à Turquia. O fato é que existem muitos grupos de milícias lutando em nome da Ucrânia e da Rússia, e quase todos eles têm mísseis de ombro (MANPADS) guiados por calor. Há também a possibilidade de que cada parte use tal ataque para responsabilizar a outra. Portanto, as negociações não são conclusivas.
A data das negociações, que deveriam ocorrer na Turquia na próxima semana com a participação da Turquia, Rússia e Ucrânia sob os auspícios das Nações Unidas, ainda não foi determinada. À medida que a crise entre a Ucrânia e a Rússia se prolongar, novos problemas surgirão, e uma solução parece longe de se estabelecer. O problema é que ser piorar, ninguém poderá garantir segurança dos A400M.
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